O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, defendeu na 79.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas a necessidade urgente de uma reforma do Conselho de Segurança (CS) da ONU, para o tornar “mais representativo e eficaz na sua missão de manter a paz e a segurança global”. Segundo o chefe de Estado, a reforma deve integrar África como parte fundamental do processo.
Vila Nova sublinhou que o actual CS reflete estruturas de poder desatualizadas, datadas de 1945, quando a maioria dos países africanos ainda vivia sob domínio colonial e não tinha voz nos assuntos internacionais. O Presidente destacou que essa “sub-representação” também está presente noutras instâncias globais, como as instituições financeiras internacionais, e pediu mudanças urgentes.
O líder são-tomense frisou ainda a vulnerabilidade do seu país face às alterações climáticas, apelando à comunidade internacional para honrar os compromissos do Acordo de Paris e apoiar financeiramente as nações mais afetadas. Vila Nova criticou os maiores emissores de gases com efeito de estufa por não cumprirem as promessas feitas desde 2009, nomeadamente o financiamento de 100 mil milhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento, que continuam a sofrer as consequências de uma crise que não causaram.
Sobre o clima, o Presidente apelou à expansão dos mecanismos de financiamento para adaptação às alterações climáticas, destacando a importância de reforçar a resiliência dos países mais vulneráveis.
Carlos Vila Nova também abordou a questão do bloqueio imposto a Cuba, considerando-o ultrapassado e contrário aos princípios da coexistência pacífica, apelando às Nações Unidas para intensificarem esforços para pôr fim a esta situação.
No final do discurso, Vila Nova expressou apoio a Marrocos, elogiando as iniciativas políticas do país na busca de uma solução pacífica para o diferendo no Sara Ocidental.