Moscovo
A capital russa é uma metrópole vibrante onde a história convive com ares de modernidade. É também a cidade onde a cultura do país está mais presente. Antes de se focar nos destinos mais exclusivos, é obrigatório passar pelos pontos mais consagrados. Como é exemplo o Estádio Luzhniki, local que vai receber a selecção portuguesa de futebol no jogo contra Marrocos da fase de grupos do Mundial 2018 – assim como o jogo da final da prova.
O próximo passo deve ser a Praça Vermelha, que concentra atracções como o mausoléu de Lenine e os muros do Kremlin – onde estão enterrados heróis e autoridades russas. A colorida catedral ortodoxa de São Basílio é um dos ícones da arquitectura do país e pode ser visitada todos os dias. O Museu Histórico tem no seu acervo relíquias pré-históricas e obras de arte que pertenceram aos Romanov. Ainda na praça, a Galeria Glavny, ou GUM Department Store, concentra várias marcas internacionais. Bem perto dali está o próprio Kremlin – que em russo significa “fortaleza” – onde ficam cinco palácios, quatro catedrais e uma muralha com 20 torres, numa área de 28 hectares. A fortaleza abriga o Grande Palácio do Kremlin, residência oficial do Presidente (Vladimir Putin). É possível visitar o complexo, mas recomenda-se verificar as informações no site oficial.
O Teatro Bolshoi, na Praça do Teatro, é um edifício histórico que abriga uma das melhores escolas de balé clássico do mundo e é palco de bailados e óperas. Próxima do teatro está a loja TsUM, onde se encontram várias marcas internacionais e locais – como a Ulyana Sergeenko que faz parte da prestigiada Semana de Alta Costura de Paris. A rede de metro de Moscovo também deve ser visitada sem pressa, pois é considerada a mais bonita do mundo. Foi inaugurada em 1935 como trunfo da campanha soviética. Na época tinha 13 estações. Hoje são mais de 200, sendo que 44 são património histórico. Muito mais do que meras estações, são salões monumentais com lustres e mosaicos deslumbrantes.
A beleza e o luxo estão espalhados pela capital russa até nas estações do metro.
São Petersburgo
A comitiva portuguesa não vai passar pela segunda maior cidade russa, mas uma vez no país não pode deixar de a visitar. São Petersburgo é o resultado do sonho do Czar Pedro I, que a fundou em 1703 com o objectivo de a tornar numa vitrine para a Europa – o que explica a sua arquitectura planeada, sofisticada e um pouco europeia.
A cultura pulsa em São Petersburgo: são mais de 200 museus e 150 palácios. Uma visita quase cliché é ao Museu Hermitage, um dos maiores do mundo, com dez prédios no seu complexo. Para os amantes de compras, a cinco minutos do museu encontra-se o DLT, o centro comercial mais antigo da cidade. A arquitectura do espaço, por si só, já vale a visita. O grande destaque é o Palácio de Inverno, uma construção em estilo rococó verde-clara e branca, com 1786 portas, 1945 janelas e 460 quartos.
O Jardim de Alexandre, paralelo ao Rio Neva, foi projectado por Luigi Rusca em 1805 – a visita é altamente recomendada, excepto no inverno pois as temperaturas baixas comprometem o conforto. Outras duas visitas indicadas para os mais interessados em história: o Museu da Prisão Kresty, que abrigou Trostsky em 1905, e o Cemitério Volkovskoe, onde estão enterradas figuras relevantes do período soviético.
Um conselho para quem tiver flexibilidade nas datas é visitar São Petersburgo no período em que ocorre o fenómeno das Noites Brancas – cerca de 80 noites claras, entre Maio e Julho, que marcam a chegada do Verão.
A segunda maior cidade da Rússia, que nasceu do sonho de D.Pedro I , tem mais de 200 museus e 150 palácios.
Sochi
Conhecida como a Riviera Russa, devido ao seu ambiente descontraído e às temperaturas mais altas, a cidade de Sochi está localizada entre o Mar Negro e as montanhas do Cáucaso, no sudoeste do país. Passou a atrair atenções depois de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Agora, em 2018, vai receber alguns jogos do Mundial de Futebol, como a estreia da selecção portuguesa na prova – a 15 de junho – frente à Espanha. Este ano o futebol vai ser responsável por atrair fãs de todo o mundo a Sochi, mas houve outro acontecimento recente que colocou a cidade nos noticiários: a liberação e legalização do funcionamento de casinos, que culminou na abertura do Sochi Casino and Resort.
Um facto curioso: em 1934, Josef Stalin impulsionou a infraestrutura de Sochi ao investir cerca de mil milhões de rublos no plano urbanístico da cidade. Como gostava da região, também construiu uma casa de verão para uso próprio, baptizada de Zelenaia Roscha – onde hoje funciona um pequeno hotel e um museu aberto ao público. Outra curiosidade é a ponte suspensa Skypark, a terceira maior do mundo, sobre o parque com o mesmo nome.
Um destino versátil. No inverno Sochi é ideal para a prática de desportos no gelo , no verão transforma-se na Riviera Russa.
Saransk
Saransk é a menor cidade sede do mundial de futebol e onde Portugal vai disputar com o Irão o último jogo da fase de grupos. Capital da República da Mordóvia, foi fundada em 1641 com o objectivo de proteger o país de ataques exteriores. Funcionava como forte, através de fossos, montes de terra, torres, entre outros, que foram construídos ao longo da Grande Fronteira de Abatis. Apesar de ter passado por períodos atribulados desde a sua formação, Saransk tornou-se uma cidade da província bastante pacifica e descontraída.
A igreja St. John é um dos poucos edifícios do século XVII que foram preservados até hoje. Foi construída 50 anos após a fundação da cidade, no mesmo estilo barroco que se encontra em Moscovo. Fyodor Ushakov, canonizado em 2001, é o santo padroeiro de Saransk e tem na cidade uma catedral em sua homenagem: Cathedral of St. Theodore Ushakov. Localizada a 40 metros acima do solo, tem um observatório considerado um dos melhores locais para admirar a cidade e os seus subúrbios.
Durante um passeio pela baixa da cidade é fácil encontrar o Mordovian Erzia Museum of Visual Arts. A visita é quase obrigatória, pois é aqui que está reunida a maior colecção de trabalhos assinados pelo escultor que dá nome ao museu. Erzia trabalhou com bronze, mármore e madeira. Para quem preferir um passeio ao ar livre, perto deste espaço está o Pushkin’s Park. O lugar perfeito para um passeio em família durante a tarde. Ainda que este não seja o único parque na cidade, que um pouco à imagem do resto do país tem vários espaços verdes, é o mais reconhecido.
Se há uma coisa que os russos preservaram dos soviéticos, foi o amor pelas estátuas. Estão espalhadas por todo o país e Saransk não é excepção, portanto uma boa forma de conhecer um pouco mais da história da região seria realizar um passeio para as observar. Entre outras encontrará a estatua de Yemelyan Pugachev, o herói de uma rebelião popular, Aleksandr Pushkin, considerado o maior poeta russo da época romântica, e de uma família, que reforça os novos valores do país. Um conselho para uma noite diferente é assistir a uma opera ou um bailado no Teatro de Saransk.
A cidade que sofreu diversos ataques desde a sua formação é hoje uma das mais pacificas e acolhedoras da Rússia.