O vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, expressou na 79.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas a “profunda preocupação” do seu país com a situação cada vez mais grave que se vive nos países do Sahel, atribuída, segundo o responsável, a “ingerências, pressões e bloqueios” externos.
Durante o seu discurso, Obiang Mangue criticou a intervenção de alguns países que, acusou, têm como objectivo “desestabilizar” os países do Sul Global e “paralisar” os seus esforços de desenvolvimento. A região do Sahel tem sido palco de sucessivos golpes de Estado no Mali, Burkina Faso e Níger, que resultaram na rutura de relações com o Ocidente e numa aproximação a países como a Rússia e o Irão.
“Alguns países empenharam-se em ser juízes e árbitros, imiscuindo-se nos assuntos internos de outros países soberanos”, afirmou o vice-presidente, conhecido por “Teodorín”. Ele salientou o direito dos países decidirem autonomamente as suas relações internacionais e acordos bilaterais.
Obiang Mangue também criticou a actual composição do Conselho de Segurança da ONU, defendendo a necessidade urgente de uma reforma que inclua dois lugares permanentes para África e mais cinco assentos não permanentes. Segundo ele, o continente africano é a “vítima principal” da atual configuração, o que representa uma “grave injustiça histórica”.
Entretanto, o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, em visita oficial à Rússia, manifestou ao presidente Vladimir Putin a disponibilidade do seu país para acolher a próxima cimeira Rússia-África, sublinhando que Malabo tem “todas as infraestruturas necessárias” para o evento.
A Guiné Equatorial, país que não é signatário do Tribunal Penal Internacional, tem reforçado a sua aproximação à Rússia, apesar das sanções e do mandado de captura internacional contra Putin por crimes de guerra na Ucrânia.