A República de Cabo Verde encerrou o ano 2021 com um stock de dívida pública a bater nos 157,1% do Produto Interno Bruto (PIB), pressionado em grande parte pela variação cambial no período, indica a Conta Provisória do Estado cabo-verdiano, tornada pública esta Quinta-feira, 17.
Segundo o documento que descreve o comportamento dos empréstimos do país, a ajudaram ainda no aumento da dívida esteve a execução do programa de investimentos com recursos externos e a necessidade de emissão de Títulos do Tesouro no mercado interno.
O dinheiro solicitado aos mercados serviu, desde logo, para financiar a quebra nas receitas provocada pela ausência de turismo devido à pandemia da Covid-19, sector que garante 25% do PIB e do emprego em Cabo Verde.
Com este quadro, o relatório da Conta Provisória do Estado mostra que se trata de um aumento nominal de 9,7%, face ao final de 2020, que contabilizou então um stock de 2.309 milhões de euros, um total de 255.520 milhões de escudos, a moeda local, que equivalente a 154,9% do PIB.
Descrito pela Lusa, os dados revelam ainda que, no final de 2021, a dívida interna situava-se em cerca de 738 milhões de euros, o que corresponde a 45,7% do PIB, tendo aumentado 14,3% em relação ao período homólogo do ano transacto.
No mesmo período, a dívida externa, que constitui a maior parcela da dívida do Governo central, atingiu os 1.796 milhões de euros, correspondendo a 111,3% do Produto Interno Bruto.
Para fazer face à sustentação da dívida, está em curso conversações para alívio, restruturação ou perdão da dívida externa de Cabo Verde. Aliás, esse é um objectivo de curto prazo assumido pelo Governo de Cabo Verde, que já está em diálogos com credores internacionais, nomeadamente Portugal, para libertar recursos financeiros para a retoma económica após a pandemia.