A Vale Moçambique, empresa do sector de exploração mineira, fechou as contas do segundo trimestre deste ano, a registar um aumento na produção de carvão em 92% para um total de 2,1 milhões de toneladas daquela commodity, face à estatística do trimestre anterior, de acordo com um relatório da instituição torrnado público esta Segunda-feira, 06.
As estatísticas da empresa revelam que, só com a venda de carvão, no segundo trimestre, a Vale Moçambique ‘emcaixou’ 168 milhões de dólares, valor que corresponde a um aumento de mais 56 milhões de dólares, quando comparado com as verbas contabilizadas no trimestre anterior.
“A Vale Moçambique esteve perto de duplicar os níveis de produção de carvão, comparativamente aos primeiros três meses de 2021”, lê-se na nota sobre o Relatório Financeiro e de Produção da instituição mineira daquele país do índico.
A produção vem de várias áreas de actividades da empresa. Por exemplo, no que respeita ao transporte de carvão por via férrea, desde a mina de Moatize, no interior do país, para o porto de Nacala, a empresa movimentou 1,9 mil milhões de toneladas, o corresponde a um crescimento de 83%, em relação ao trimestre anterior.
Na nota que resume a actividade da empresa no trimestre em referência, os gestores admitem que “a produção e transporte de carvão foram afectados pela conclusão tardia do processo de manutenção” das unidades de processamento na mina de Moatize e pelas regras de confinamento para prevenir a pandemia da Covid-19”.
Para os gestores da Vale Moçambique, a mesma linha de transporte de carvão é também usada por carga geral da economia regional e transnacional, cujo segmento atingiu a marca de 126 mil toneladas, operação que representa um crescimento de 65% em relação aos primeiros três meses do ano em curso.
A gestão da empresa destaca que o crescimento registado no período, mesmo em tempo de crise, surge após “o impacto das obras de manutenção da linha férrea que liga Nkaya e Blantyre (no Maláui)” e depois da “redução do comércio internacional associado ao coronavírus”.
Ainda nos primeiros seis meses, que corresponde aos dois primeiros trimestres, aquela empresa moçambicana transportou cerca de 55 mil passageiros, representando um crescimento de 17% em relação ao período homólogo do ano passado, o que é encarado como sinal de “retoma gradual da actividade económica”.
Por sua vez, em comunicado, a Vale diz estar “empenhada em deixar uma operação competitiva” no país, “ao mesmo tempo em que trabalha para assegurar uma saída responsável” de Moçambique, “procurando um investidor que possa salvaguardar os interesses de todas as partes”.
A saída da Vale do negócio de carvão em Moçambique, está em linha com o foco da empresa em tornar-se ‘carbono neutral’, até 2050, e em reduzir em 33% as suas emissões até 2030, justifica a empresa no documento.