A Universidade Católica de Angola (UCAN) foi distinguida com o Prémio Excelência em Promoção da Cultura Académica, durante a gala da 1ª edição do Angola Education Awards (AEA), realizada na noite desta Sexta-feira, em Luanda.

Durante a gala de premiação, promovido com a missão de celebrar a excelência da educação no país e honrar os indivíduos e as instituições que se destacam por suas notáveis contribuições para o avanço do conhecimento, a Associação dos Estudantes da Universidade Católica de Angola (AEUCAN) venceu na categoria de melhor Associação dos Estudantes, com um total de 222,05 votos.

A organização do evento justifica que a Associação dos Estudantes da Universidade Católica de Angola realizou várias actividades internas e participou de várias externas, contribuindo assim para o desenvolvimento a nível académico e social dos estudantes, estando presente na vida dos mesmos mostrando soluções para os diversos problemas do dia a dia que os estudantes enfrentam.

Em declarações à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o presidente da Associação dos Estudantes da UCAN, Abel Pedro Neto, sublinhou que isto demonstra que a Universidade Católica de Angola tem velado pela “qualidade do ensino superior”.

“É um desafio para nós continuarmos por este caminho e nós acreditamos que será possível, se virmos Angola com os olhos do futuro. A investigação é o caminho para o sucesso, os países bem-sucedidos primaram muito pela educação. Não basta ter recurso, é necessário ter capacidade de o gerir”, argumentou Abel Pedro Neto.

Por sua vez, a Universidade Agostinho Neto (UAN) foi distinguida com o Prémio de Excelência em Contribuição científica e Académica, o Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciências (ISPTEC) com o Prémio de Excelência em Representatividade Digital Académica e a Escola Pedagógica do Bengo com o Prémio de Excelência em Engajamento Social e Comunitário.

Na categoria Professor do Ano 2023, venceu Ângelo dos Santos, docente da Universidade Óscar Ribas, que, em entrevista à FORBES, referiu que a distinção é fruto de muita dedicação, empenho e, acima de tudo, muito amor no que tem feito.

“Eu penso que isto é o coroar de todas as dificuldades que temos enfrentado no ensino superior”, disse o docente, que, actualmente, está cursando o mestrado em Direito Civil na mesma instituição em que lecciona, após ter obtido a licenciatura em Direito, com enfase em Jurídico-forense.

Entretanto, na categoria de Cientista do Ano/Melhor Projecto de Pesquisa científica, o vencedor foi o médico neurocirurgião, pesquisador e colaborador do Centro de Estudos Avançados em Formação e Educação Medica da Universidade Agostinho Neto, Adilson de Oliveira, com um total de 132,35, deixando para trás os seus adversários Arlindo Almada (117,3 votos) e António Julião (120,4 votos).

Já na categoria Angola Top Students, venceu o Wengi Canhengi Cassule, licenciado em Matemática pelo Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Luanda) e estudante de Informatica de Gestao Financeira no Instituto Superior de Administração e Finanças (ISAF), com 136,2 votos.

De acordo com Adilson de oliveira, esta é uma sensação muito agradável, sendo que tem vindo a fazer pesquisa científica sem esse objectivo [ganhar prémio] há mais de cinco anos, com mais de 50 publicações em revistas internacionais indexadas.

“Então, é muito bom quando esse esforço é reconhecido pública e nacionalmente, porque isso vai motivar outras pessoas que têm a pretensão de enveredar pelo mesmo caminho”, considerou.

Num ambiente descontraído, foi possível conhecer mais vencedores no sector da educação. Na categoria de Melhor Centro de Formação Profissional, venceu a Química Verde LAB – Centro de Química Aplicada, organização interprofissional com a missão de garantir a melhoria da qualidade profissional, fornecendo treinamento especializado em diversas áreas como “eliminação de produtos químicos perigosos”, “fluidos de perfuração (formulação, contaminação e tratamento)”, “gestão de laboratório” e “controlo de qualidade de água e de alimentos”.

A Wongo, uma plataforma angolana desenvolvida por jovens, especificamente para gestão do ensino online de diversas natureza, permitindo gerir e oferecer cursos, palestras e workshops, com uma ampla interacção dos formadores e formandos na passagem de conhecimento, venceu na categoria de Edtech (start-up de educação).

Além disso, a plataforma tem o poder de democratizar o acesso ao conhecimento, promover a inclusão social e resolver problemas complexos de maneira inovadora.

Na categoria Melhor Portal de Educação, Ciência e Tecnologia, venceu o Portal Só Ciência da Educação, que facilita o acesso a conteúdo de alta qualidade sobre educação, abrangendo temas como teoria da educação, ensino de habilidades e pesquisa educacional, ao passo que, na categoria Melhor Projecto de Educação Social, venceu o projecto U-CAN, iniciativa da Ucall, empresa de contact center, atendimento ao cliente e experiência de cliente em Angola.

Ao discursar na abertura do evento, a presidente do júri do concurso e directora-geral do Instituto Superior de Administração e Finanças, Carla Queiroz, detalhou que “temos pela qualidade das candidaturas analisadas, a convicção de que o Angola Education Awards constribui para a afirmação e valorização dos profissionais da educação e instituições de educação, conduzindo ao reconhecimento do mérito nos vários domínios do ensino superior, formação profissional e investigação científica”.

Por outro lado, segundo entende, o AEA permite colocar em destaque a meritocracia como essência da qualidade e reconhecimento explícito desta para o desenvolvimento do sector da educação e seu destaque como motor de desenvolvimento econômico, social e tecnológico.

No entanto, o organizador da 1ª edição do Angola Education Awards, Mateus Estetas, ainda muitos jovens preocupados com o ensino do país.

“Esse é o nosso pequeno contributo para que se incentive a investigação e a produção científica, as empresas comecem a olhar para o ensino com maior responsabilidade, porque o futuro deste país depende dos jovens e dos mais velhos que vão nos passar o conhecimentos. Estamos numa fase em que o país enfrenta tantos desafios”, acrescentou.