A operadora de telefonia móvel Unitel ultrapassou, até 2020, os 14 mil quilómetros de fibra óptica em todo o país e prevê, ainda este ano, aumentar a instalação, mantendo o nível de qualidade nas telecomunicações.

“A nossa fibra-óptica está em grande desenvolvimento, sendo que a mesma só pode ser comparada com a da África do Sul. Penso que o Quénia é um dos países da região com um desenvolvimento de fibra-óptica muito próximo ao de Angola, mas, ainda assim, não está ao nível do nosso país”, disse à FORBES, Miguel Geraldes, director-geral da empresa.

Falando no final do evento de apresentação do relatório de responsabilidade corporativa da empresa, realizado esta semana, o gestor não revelou os valores que estão a ser gastos para a instalação do serviço de fibra-óptica em todo o país, mas garantiu ser “um investimento grande”, que poderá trazer benefícios significativos para os usuários.

Questionado sobre a partilha de infra-estruturas com os novos operadores que poderão entrar no mercado das telecomunicações em Angola, Miguel Geraldes referiu que a Unitel não pretende discutir o assunto, sendo que a empresa está mais preocupada com o preço da divisão.

“A UNITEL investiu cinco mil milhões de dólares em infra-estrutura. Por este facto, os preços da partilha de rede devem ser justos para compensar o investimento feito. As discussões que temos tido até aqui com o INACON sobre os custos da partilha tem sido nesta perspectiva e creio que, no final, isso deverá ser levado em conta”.

O relatório sobre a responsabilidade corporativa apresentado pela principal operadora de telefonia móvel do país destaca que as ligações à internet feitas por angolanos são já cerca de 80%, realizadas através de dispositivos móveis. “Temos de estar à altura destas exigências e, para que tal aconteça, temos vindo a construir estruturas que permitem à Unitel dispor de uma cobertura total do território, possibilitando a qualquer cidadão estar ligado com o seu mais próximo e com o mundo”, lê-se no documento.

O desafio do 5G para Angola

Segundo o relatório, as novas tecnologias continuam na agenda da empresa, sendo que  está a acompanhar as transformações tecnológicas desde o 2G ao 4G. Mas, pela frente, indica a Unitel no documento, está o desfaio do 5G.

“Criámos uma das redes mais fiáveis de comunicação em todo o continente africano, com elevada qualidade técnica e tecnológica, seja na difusão através da telefonia móvel, incluindo a mais recente geração de 4G, seja por meio de fibra-óptica, cujo backbone (rede principal) une já todas as capitais de província de Angola”, aponta o relatório.

Actualmente, a Unitel tem uma quota de mercado superior a 80% das comunicações móveis e de dados e conta com mais de 3 mil colaboradores.