A UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola, maior partido da oposição angolana, classificou há dias como “negativo” o desempenho do Presidente de Angola, João Lourenço, neste seu primeiro ano do último mandato constitucional”, que diz ter sido marcado por “uma governação com autoritarismo”.
A posição foi expressa pelo líder da bancada parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, em conferência de imprensa. Aquele líder político afirmou que o Presidente angolano “governou contra a Constituição, contra a democracia e contra o bem-estar de todos os angolanos”.
“A corrupção aumentou, o custo de vida elevou-se vertiginosamente, o desemprego continua a subir, as soluções ensaiadas pelo Governo mostram-se ineficazes e o povo perdeu a confiança no Presidente da República”, alegou Liberty Chiaka.
Segundo o líder da bancada parlamentar da UNITA, o futuro das crianças angolanas “está seriamente ameaçado” e o sentimento geral dos cidadãos é de que o Presidente da República “traiu o juramento que fez e já não tem soluções para o país”.
Chiaka referiu que, pela orientação política que fixou na governação do país, enquanto titular do poder executivo, João Lourenço não só falhou em alcançar os objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), refletidos no Orçamento Geral do Estado, como fez pior: “subverteu o processo democrático, tendo consolidado no país um regime monolítico, que atenta contra a paz e contra os direitos fundamentais dos angolanos”.
Para o deputado eleito pela UNITA, “o Presidente da República eliminou o já fraco pluralismo que existia nos órgãos públicos de comunicação social, consolidou as desigualdades de oportunidades e de tratamento das diversas correntes de opinião política no espaço público”.
De acordo com Liberty Chiaka, citado pela Lusa, João Lourenço deixou de ter uma conduta de transparência ao não justificar o paradeiro do dinheiro em excesso que resulta do diferencial entre o preço do barril de petróleo estimado, que foi utilizado para elaborar o orçamento, e o preço real, mais alto, que foi realmente arrecadado ao longo do exercício económico.
De recordar que João Lourenço tomou posse pela segunda vez como Presidente de Angola, no dia 15 de Setembro de 2022, depois do primeiro mandato entre 2017-2022.