Fundada em 2015, a MOVART – Arte em Movimento, empresa de direito angolano, surgiu com o objectivo de promover a arte e o engenho de artistas africanos, sobretudo da África lusófona, em outros pontos do mundo.
Janire Bilbao, fundadora e proprietária da empresa, conta à FORBES que, embora tenha sido criada em 2015, a empresa abriu as portas em Luanda apenas dois anos depois. Entre 2015 e 2017, explica, a MOVART dedicava-se a exposições temporárias (pop-up), no Centro Cultural Camões, tendo sido a responsável pela abertura da galeria do Banco Económico, em 2016.
Depois de várias pop-up, a MOVART abriu a sua primeira galeria na marginal de Luanda, em 2017, com um programa focado na internacionalização e na visibilidade dos artistas angolanos, em particular, e africanos no geral, vindo a tornar-se na primeira infra-estrutura comercial do género a surgir em Angola.
A partir daí, deu início a um périplo de férias internacionais que arrancou em Nova Iorque, com a 1:54 Contemporary African Art Fair, Scope International Art Show (Miami Beach), FNB Joburg Art Fair (Joanesburgo), London Art Fair (Londres), AKAA Fair (Paris), chegando em 2019 na ARCOLisboa e, um pouco antes do confinamento imposto pela crise pandémica, à ARCOMadride.
“A missão da MOVART é garantir que o mundo conheça a produção de artistas oriundos de países do continente africano e das suas diásporas”, destaca a empresária.
Com o propósito de garantir maior interacção com a comunidade lusófona africana e mais proximidade desta com o mosaico artístico europeu, a empresa abriu a sua segunda galeria na capital portuguesa (Lisboa), em 2020. “Somos uma equipa que varia entre 8 a 10 pessoas, que fazem o projecto crescer e o sonho de fazer a arte africana chegar ao mercado internacional”, refere Janire Bilbao.
Actualmente ainda com um volume de negócios inferior a 500 mil euros anuais, a fundadora da MOVART mostra-se confiante em puder atingir esta cifra, tão logo o mundo se volta a abrir e as relações comerciais estratégicas entre Espanha e Angola permitam a empresa colocar artistas angolanos nas redes culturais e museológicas espanholas e não só.
Espanhola de nacionalidade, Janire diz-se confiante que o estreitamento das relações entre Angola e Espanha, relançadas com a visita recente ao país do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, promoverá o desenvolvimento de diferentes actividades, entre elas a arte. “Isto abre boas perspectivas no sentido do estreitamento das relações do movimento cultural angolano com os grandes museus que a Espanha tem e onde gostaríamos de ter a oportunidade de levar os artistas angolanos a exporem”, considera.
Em pouco mais de cinco anos, a MOVART conta com mais de 40 exposições realizadas pelo Mundo, em diferentes formatos, desde projectos pop-up a projectos comissariados, apresentadas em Luanda, Lisboa, Paris e Nova Iorque.