O Mercedes AMG GTS é o veículo de quatro rodas que mais se aproxima de um jacto privado. É um brinquedo dos amantes das corridas, mas sobretudo daqueles que mais do que pisar a fundo no acelerador gostam de ser vistos. É o carro típico de uma super estrela do Rock & Roll ou de uma vedeta do mundo do futebol. É uma estrela em qualquer parte do mundo.
Construído pela equipa de Fórmula 1 da Mercedes, na Alemanha, o GTS é o carro de corrida mais puro que a Mercedes alguma vez já produziu. O poder de explosão do motor V8 biturbo de 4 litros com 510 cavalos é responsável por potenciar os 1570 quilos GTS aos 100 quilómetros/hora em menos de 4 segundos e a uma velocidade de ponta de 310 quilómetros. Assim que solta as amarras, somos imediatamente transportados para um cockpit de um avião a jacto e encostados ao assento pela força da gravidade. O senão é que a estas velocidades rapidamente o depósito de 65 litros vazará, tornado o consumo combinado de 9,4 litros de gasolina aos 100 quilómetros de estrada numa mera miragem. Mas o que é que isso importa quando a adrenalina assim o exige?
Com este superdesportivo nas mãos só há uma coisa que apetece fazer: andar depressa. A resposta do motor ao pisar o pedal do acelerador é instantânea – sobretudo se estiver no modo de condução “Sport” ou “Sport+”. A entrada das mudanças à medida que a velocidade escala é digna de um poderoso carro de Fórmula 1. Nas rectas parece uma bala e nas curvas uma serpente. É pura diversão.
A coqueluche requintada da Mercedes é um sonho para os amantes da velocidade. Mas também de todos aqueles que vibram com o rugido do motor. O barulho que sai do escape ao pisar o acelerador é leonino. Mas se isso não chegar, basta seleccionar um dos modos “Sport” ou o apetecível “Race”. Os graves que são expelidos chegam a colocar as pedras da calçada aos pulos – talvez os vizinhos não venham a achar muita piada ao fim de alguns dias.
A entrada das mudanças à medida que a velocidade escala é digna de um carro de Fórmula 1. Nas rectas parece uma bala e nas curvas uma serpente.
ALMA DE CORREDOR
O GTS está longe de ser um superdesportivo comum. Não é tão caro quanto um Ferrari ou um Lamborghini, mas é substancialmente mais caro que, por exemplo, o Porsche 911, o seu mais directo concorrente. Está à venda por valores próximos dos 161 mil euros. Para os potenciais condutores de ambos os modelos, o preço é a última das questões. A decisão acaba (quase) sempre por passar pela afectividade com a marca ou com o modelo, ou pelo nível de exclusividade que o carro oferece. Se o primeiro ponto é altamente subjectivo, o segundo é factual: entre Janeiro e Setembro deste ano, enquanto a Porsche vendeu 5301 unidades do mítico 911 pelo mundo inteiro, pouco mais de 900 Mercedes GTS pisaram o asfalto (a quota para Portugal ficou esgotada, refere a marca à FORBES). Mas as vendas pouco dizem sobre se o carro é bom ou não. Acontece que neste caso a resposta é clara: é muito bom. E mais importante: é divertido de conduzir. Se já decidiu que quer comprar um Mercedes topo de gama mas não se quer sentar ao volante de um SUV ou de um todo-o-terreno, então o GTS é capaz de ser a escolha acertada – mas se já decidiu que quer comprar um 911, então compre um 911 que também não vai mal servido, apesar de ser de uma espécie animal diferente do GTS.
Mais do que o requinte do interior (marcado por um painel de controlo digno de um avião particular e cheio de efeitos gráficos) e do efeito vanguardista das linhas aerodinâmicas exteriores capazes de fazer parar o trânsito, é na condução que se exprime a alma do GTS. Este não é um carro qualquer. Não é “só” para mostrar de vez em quando e ficar parado na garagem à espera dos dias de sol. É para usufruir, desfrutar a cada quilómetro. É para apreciadores. Para condutores exigentes e com um gosto requintado.
O PODER DA AMG
Os modelos de topo da Mercedes carregam na sua designação a expressão AMG. É um símbolo de luxo, mas sobretudo de músculo mecânico: mais cavalos, mais potência, mais velocidade. A história do “esteróide” AMG começou quando dois ex-engenheiros da Mercedes montaram uma pequena oficina numa garagem após a empresa ter descontinuado a sua divisão de motores desportivos em meados da década de 1960. Desde então que a popularidade da AMG cresceu e ao longo dos últimos 30 anos tornou-se num importante catalisador do nível de desempenho da gama de carros da Mercedes. Hoje, o nome AMG é sinónimo de desempenho de classe mundial e inovação, e apelidado como a vanguarda da tecnologia e mecânica alemã. Com carros de última geração, como o GTS, parece que o “esteróide” AMG vai estar no topo por muitos mais anos.