Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, assume as rédeas do país nos próximos cinco anos para torna-lo “cosmopolita e inclusivo”, visão que partilhou com a Forbes numa entrevista onde falou sobre a reforma económica, a dívida pública e, claro, o turismo.
Aos 59 anos, a serenidade estampada no olhar e a certeza de que as dez ilhas que estão sob a sua alçada têm de seguir uma estratégia para atingir a retoma económica. Ulisses Correia e Silva, o primeiro-ministro de Cabo Verde, com voto de confiança renovado em Maio pelos cabo-verdianos, não tem dúvidas do caminho a seguir e das adversidades que encontrará, na sua óptica, três principais: “O desemprego, a dívida pública e o baixo nível de diversificação económica. Ate 2019, o país estava a registar um crescimento médio anual de 5%, a dívida numa trajetória descendente e o desemprego a diminuir. A pandemia mudou de forma brusca e intensa este quadro e evidenciou a vulnerabilidade de uma economia muito dependente do turismo. É por isso que a estratégia pós pandemia assenta no aumento da resiliência, no alívio da dívida e na diversificação da economia”.
Essa estratégia já está definida pelo governante e passa, em primeiríssimo lugar por “massificar a vacinação e continuar a investir em regras de proteção sanitária para posicionar Cabo Verde como um destino turístico e de investimentos seguro do ponto de vista sanitário, esta é a nossa primeira prioridade. Ao mesmo tempo, vamos lançar uma forte agenda de apoio à recuperação de empresas e de relançamento da atividade económica, que já foi apresentada no Conselho de Concertação Social”. A ideia é, acrescenta, “acelerar as reformas económicas e institucionais e reforçar medidas para estimular o empreendedorismo e o fomento empresarial nacional e atrair o investimento estrangeiro”. Mas antes, há um vírus que tem de ser controlado.