Surgiu num contexto de estabelecimento recente da paz no país, momento em que quase tudo estava por fazer a nível das infra-estruturas. Se a dimensão social da Aldeia Nova teve um efeito positivo, falhou o objectivo financeiro e económico. Pelos números dos últimos anos, com a operação em crescendo nas receitas e lucros, essa pecha parece ultrapassada e já se pode falar num virar da agulha na Aldeia Nova com o estabelecimento de uma parceria público-privada que abrange 10 mil hectares de terras.
No parque industrial do complexo, no Waco Cungo, já está o maior produtor nacional de ovos, entre os quais já se encontram os de codorniz, numa resposta a uma tendência do mercado. A vertente industrial começa nos adubos e vai até ao fabrico de refeições completas empacotadas e enlatadas, prontas a comer. Há ainda uma unidade de pastelaria com variados tipos de bolos e biscoitos.
Se em 2011, seis anos passados da fundação da Aldeia Nova, o ambiente era desolador, com infra-estruturas degradadas e produções deficitárias, hoje há vida nas 15 aldeias, onde 800 famílias foram reintegradas e para quase outras tantas é assegurado emprego de forma indirecta.
“Inicialmente foi um projecto do Estado que não vingou”, recorda o líder da Aldeia Nova.
“Estou enquadrado neste projecto há cerca de 12 anos e posso dizer que apesar dos altos e baixos, o meu saldo é bastante positivo”, diz à FORBES um dos agricultores a quem o projecto Aldeia Nova deu condições de vida – designadamente habitação e emprego –, para se estabelecer.
“Isto não era uma empresa comercial”, destaca, durante a visita, responsável no terreno pelo projecto, Kobi Trivizki, um israelita que conhece bem o conceito social e económico por detrás da Aldeia Nova e que desde 2012 lidera as operações. “Inicialmente foi um projecto do Estado que não vingou”, recorda, enquanto guia a FORBES num trabalho que pode ser lido na edição de Outubro.