A Zona de Desenvolvimento Industrial de Lucala, na província de Kwanza Norte, em Angola, tem sido desde 2016 uma das fontes principais de produção de artigos provenientes de plásticos e papelões reciclados.
Trata-se da Full Bliss Angola, que nasceu por conta de um investimento inicial de cerca de 40 milhões de kwanzas, e que se transformou num ‘monstro’ da região, que processa e recicla mensalmente perto de 350 toneladas de resíduos sólidos, traduzindo-se numa média de mais de 4 200 toneladas por ano e possui uma capacidade de produção anual acima das 2000 toneladas de papelão.
Constituída no dia 22 de Janeiro de 2016 através do investimento estrangeiro aprovado pela ANIP em 2015, com objecto social a reciclagem e indústria de plásticos, a empresa foi composta com um capital total de cerca de 40 milhões de kwanzas, dividido e representado por duas quotas repartida em 38 milhões de kwanzas do empresário chinês Qiang Fu, correspondente a 95% e cerca de 2 milhões de kwanzas da empresária angolana Lagrima Magnólia da Cruz António, correspondente a 5%.
Hoje, passado cinco anos desde que começou com as suas actividades, a empresa opera com uma força de trabalho constituída 90% por angolanos, que dia e noite movimentam essa indústria que abastece todo território nacional com produtos produzidos localmente.
Sacos de plantas e mudas para sementes, artigos plásticos, pelicula de enrolar industrial, sacos para perucas, pre-formado de garrafa plástica e mangueira plástica de micro- irrigação agrícola, embalagens de ovos, sacos para indústria pesqueira, grão de plástico reciclado, cabelos/postiços, entre outros produtos constituem o leque de produtos produzidos e distribuídos nas 18 províncias deste país lusófono.
Qiang Fu, presidente e acionista maioritário, refere que ao longo destes anos, a empresa tem gerado produtos tangíveis pela transformação de materiais, no caso específico de PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) que por sua vez é transformada em vários produtos para reutilização.
Crescer em tempos de pandemia
Apesar das restrições que começaram em 2020, por conta da pandemia da covid-19, Qiang Fu conta que a empresa não sentiu muito o impacto negativo da pandemia, e garante que registou crescimento quer no aumento de produção, na sustentabilidade e na distribuição dos seus produtos por todo país.
“Apesar da crise, conseguimos aumentar para 60% a quantidade dos produtos distribuídos em todas as províncias, sendo que Luanda absorve os restantes 40%, onde os principais compradores são os grandes mercados informais, supermercados, shoppings e outros”, afirma.
Qiang alude que neste período pandémico as vendas subiram para 15 por cento, com uma facturação anual de 18 mil milhões de kwanzas, não tendo se notado redução no número de clientes e ainda passaram a ter os seus produtos disponíveis nos principais centros comerciais das diferentes províncias.
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