A União Europeia apresentou na passada Sexta-feira, 18, na cidade da Praia, os oito projectos selecionados em Cabo Verde, no âmbito do “programa Procultura”, que financia com 7,6 milhões de euros os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
Os oito projectos seleccionados em Cabo Verde, em centenas de candidaturas, conforme avançou o presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Jair Fernandes, vão desde a valorização de instrumentos musicais tradicionais, música, investigação científica, literatura infantojuvenil às artes cénicas.
Três dos projectos têm um âmbito apenas nacional (Cimboa, Studio Colectivo e Música gera Cultura), enquanto os restantes cinco são de abrangência regional, com intervenções também em Moçambique (Resistência e Afirmação Cultural e BD PALOP), Portugal (Ur-Gente e ‘Ilhas e Encantamentos’) e São Tomé e Príncipe (Entreposto das Artes).
A adida da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Helena Guerreiro, destacou mesmo a junção de entidades de vários países para se candidatarem ao programa e, a partir daí, acederam aos mercados internacionais da cultura.
Já a embaixadora da União Europeia no arquipélago, Carla Grijó, destacou a “notável diversidade” cultural cabo-verdiana, entendendo que é um activo que deve ser mais valorizado, recordando a importância dos artistas nos momentos difíceis durante a pandemia da Covid-19. Neste sentido, entendeu que o Programa Procultura PALOP-Timor-Leste tem a “virtualidade” de valorizar o papel dos artistas na sociedade e de abrir oportunidades para os jovens cabo-verdianos fazerem a cultura de forma estruturada.
A diplomata portuguesa destacou igualmente a vertente económica da cultura, dizendo que se conjuga “muito bem” com o desenvolvimento turístico sustentável.
“Deste ponto de vista, o Programa Procultura pode ajudar a estimular o surgimento não só de novos artistas, sobretudo entre os jovens, como consolidar essa oferta turística e ajudar também a que os artistas desenvolvam outras competências de gestão e de comercialização dos seus produtos culturais”, salientou.
Carla Grijó diz tratar-se de um programa de capacitação e de empoderamento dos artistas dos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) e Timor-Leste.