A União Europeia vai investir quase 100 milhões de euros em 2025 para financiar três grandes projectos em Angola, focados na proteção da biodiversidade, economia azul e circular. O anúncio foi feito pela embaixadora Rosário Bento Pais, durante uma conferência internacional sobre o ambiente , “O Planeta em Chamas: Direitos em Extinção”, promovida pelo Mosaiko – Instituto para a Cidadania e a Fundação Fé e Cooperação (FEC).
A embaixadora revelou que, no próximo ano, iniciar-se-á o projecto “Património Natural de Angola: Governação e Ecoturismo em Áreas de Conservação”, com um investimento de 25 milhões de euros. Este projeto visa proteger os parques nacionais na zona do Corredor do Lobito, promover experiências de ecoturismo, como a observação da Palanca Negra Gigante, e promover a proteção das aves.
Segundo a Lusa, outro projecto focará na economia azul, com o objectivo de proteger a biodiversidade marinha e promover o desenvolvimento sustentável da zona costeira de Angola. O terceiro projeto, na área da economia circular, denominado “Apoio à Modernização da Cadeia de Valor da Gestão de Resíduos Sólidos e Adoção de um Modelo Económico Circular”, pretende apoiar uma transição para uma economia circular, atraindo investimento privado e criando investimentos verdes.
Rosário Bento Pais também destacou um projecto técnico-profissional previsto para 2025, que incluirá formação na área ambiental e proteção da biodiversidade.
Sobre as queimadas em Angola, o embaixadora afirmou que se trata de um problema global que exige sensibilização de questões ambientais e práticas agrícolas sustentáveis. A UE está disposta a apoiar o Governo de Angola com capacitação e formação.
Na abertura da conferência, o embaixador reforçou o compromisso da UE com a luta contra a crise climática e a defesa dos direitos humanos, sublinhando a necessidade de enfrentar a crise climática como um desafio ambiental e uma questão de justiça social e económica. A UE destaca a importância de garantir que as vozes das comunidades vulneráveis sejam ouvidas e os seus direitos protegidos.
Angola e a União Europeia têm um acordo político desde 2012, denominado Caminho Conjunto, que foca na sustentabilidade ambiental e nas alterações climáticas, sendo estas áreas cruciais em todos os projectos financiados pela UE no país.