O sector dos transportes em Angola esteve à beira da paralisação total no segundo trimestre do ano, contraindo aproximadamente 79% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o documento das contas nacionais do segundo trimestre do Instituto Nacional de Estatística (INE) a que a FORBES teve acesso.
Apenas 21% das actividades de transporte e armazenagem naquele período é que estiveram operacionais, justificada maioritariamente pelas restrições à circulação nacional e internacional, em consequência do estado de emergência instaurado face à Covid-19.
O documento oficial do INE mostra que a economia angolana decresceu 8,8% entre Abril e Junho deste ano, e a FORBES apurou que este recuo é o novo recorde e o mais baixo desde o terceiro trimestre de 2016, quando tinha contraído 7,5%.
Esta queda acentuada é atribuída, para além do sector dos transportes, às desacelerações registadas nas actividades de pesca com 27,8%, no sector diamantífero e da construção com quebras na ordem de 15,6% e 41%, respectivamente.
As actividades do governo contribuíram também para a retracção da economia com 7,1%, mas são as ajudas financeiras em subsídios (-71,7%) e a fraca cobrança de impostos (- 53,6%), depois dos transportes, que cooperaram para o período mais sombrio do último quinquénio.
Recorde-se que a 8 de Outubro o secretário de Estado do Planeamento, Milton Reis, anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) angolano caiu 4,6% no segundo trimestre de 2020, face ao mesmo período de 2019.
Estes dados são mais optimistas do que os do Instituto Nacional de Estatística, apresentando um diferencial de 4,2 pontos percentuais.
Das 33 actividades e 77 produtos vigentes actualmente, o INE, agora sob nova direcção, anunciou que passar-se-á a ter 38 actividades e 145 produtos. Por este facto, o INE vai passar a publicar uma nova série das Contas Nacionais com referência a 2014 em substituição do actual ano base 2002, baseado no Sistema das Contas Nacionais de 1993.
Assim, a actual série, 2002 – 2017, deverá ser substituída pela nova série, que inicia pelos anos 2014 e 2015 a ser publicada ainda no terceiro trimestre de 2020, prevista para 15 de Janeiro de 2021.