O analista da consultora Rystad Energy que segue Moçambique, Pranav Joshi anunciou que a petrolífera TotalEnergies deverá regressar a Moçambique no início de 2024, com um atraso no início da produção de gás para 2028.
De acordo com Pranav Joshi, estima-se que o projecto só comece em 2028 tendo em conta que podem surgir complicações devido a necessidade de renegociação dos contratos e os novos acordos podem incluir impacto da inflação, influenciando o atraso do levantamento da ‘force majeure’ para o próximo ano.
Para o analista da Rystad Energy, a TotalEnergies deverá também enfrentar um aumento dos custos no regresso à província moçambicana, não só devido à necessidade de renegociar os contratos, mas também devido a significativa subida da inflação, não só em Moçambique, mas também a nível global.
Em 2021, devido à insegurança na região, a TotalEnergies invocou ‘force majeure’ para suspender as operações e faz depender o regresso aos trabalhos não só da garantia de condições para trabalhar, mas também das conclusões de um relatório independente sobre as condições sociais e de segurança das populações locais.
“A TotalEnergies parece estar a trabalhar nos bastidores para garantir um levantamento suave da ‘force majeure’ e estavam a apontar para o final do ano, tendo publicado recentemente um relatório assinado pelo perito em direitos humanos Jean-Christophe Rufin, que apresentava muitas recomendações, incluindo a constituição de um orçamento socioeconómico multianual de 200 milhões de dólares”, acrescentou o analista.
Também em declarações à Lusa na sequência de uma notícia do site Zitamar que apontava para um aumento de 25% nos custos para a operação da TotalEnergies em Moçambique, o líder do departamento de energia na Rystad Energy vincou que esta subida nos preços é aplicável não só no país lusófono africano, mas também no resto do continente.