O líder da petrolífera francesa TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reconheceu “progressos no terreno”, no combate ao terrorismo que em 2021 levou a empresa a suspender o investimento em Cabo Delgado, e sublinhou a “aliança” que Moçambique tem com o Ruanda, que assegura a segurança na área de instalação do projecto, na península de Afungi.
“Há uma eleição em Moçambique [eleições gerais em 09 de Outubro], um novo Presidente há de chegar. Eu próprio tenciono visitar Moçambique no final do mês, para me encontrar com ele, para discutir a forma como as novas autoridades moçambicanas tencionam manter esta aliança com o Ruanda”, anunciou esta semana Patrick Pouyanné, durante um encontro com investidores.
Moçambique realiza em 09 de Outubro as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas eleições para assembleias e governadores provinciais.
Pouyanné acrescentou neste encontro que o projecto para aquela área, “herdado da Anadarko”. A TotalEnergies comprou em 2019 a quota de 26,5% daquela petrolífera no Mozambique LNG (Área 1) por 3,9 mil milhões de dólares, contava com um pacote de financiamento “bastante grande”, de cerca de 14 mil milhões de dólares, e que desse total, “70 a 80%” está “confirmado” pelos financiadores.
“Estão empenhados nisso e estamos à espera que três deles confirmem também o seu compromisso, porque é importante. E alguns deles estão em países ocidentais onde, eu diria, a posição em relação ao financiamento de projectos energéticos, de projectos de petróleo e gás mudou. Mas todos eles nos dizem, repetem-nos, que estão comprometidos com o contrato que assinaram. Por isso, estamos à espera das luz verde para este financiamento”, explicou, garantindo que só aguardam essa confirmação para “reiniciar o projecto”.
O objectivo, insistiu o responsável citado pela Lusa, é o início de produção de Gás Natural Liquefeito (LNG, na sigla em inglês) em Afungi em 2029, o que implica a previsão de “reinicio do projeto em 2024”.