A T’Leva – empresa que detém a plataforma digital de mobilidade urbana com o mesmo nome – prevê começar a operar na República Democrática do Congo (RDC) no início de 2024, estando a investir para o efeito 1 milhão de dólares, avançou em entrevista exclusiva à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o seu presidente do conselho de administração, Wilson Ganga.
Os 1 milhão de dólares, de acordo com Wilson Ganga, servirão para criar a área de marketing, comunicação, estratégia e recursos humanos, visando o crescimento e a consolidação da equipa. Numa primeira fase, explicou, a empresa vai começar a operar na capital do país, Kinshasa, estando já neste momento a decorrerem os testes que permitirão avaliar o número de viaturas a colocar naquele mercado.
“Depois da RDC, a meta da T’Leva é chegar ao mercado moçambicano e namibiano”, antecipou o gestor, para quem a mobilidade urbana na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está a melhorar. “Acho que falta mais concorrência, mais empresas fortes a entrarem no mercado e mais empresas africanas. Acredito que as empresas que operam nesta área são todas estrangeiras”, disse.
Regresso a Benguela e Huíla anda este ano
Depois de ter suspendido os serviços em 2021, devido ao impacto negativo da pandemia da Covid-19, a T’Leva prevê voltar a operar, ainda em Novembro deste ano, nas províncias de Benguela e Huíla, num investimento estimado de 200 milhões de kwanzas (240,9 mil dólares).
“As restrições impostas pelo Governo angolano, em 2020, para conter a propagação da pandemia da Covid-19, levou a empresa a perder a capacidade do volume de negócio. Como já estamos noutro momento, embora a economia continua num nível menos bom, acreditamos que já podemos voltar a fazer os investimentos nas duas províncias do país”, referiu Wilson Ganga.
A previsão é colocar-se 200 viaturas em Benguela e 100 na Huíla. O maior número de viaturas em Benguela é justificado pelo PCA da T’Leva com uma maior afluência do negócio de táxi. “Lá a vida da noite é mais activa que da Huíla. A partir do próximo mês vamos começar a dar o sinal do nosso regresso”, indicou.
Neste momento, segundo Wilson Ganga, estão a negociar uma parceria com a empresa de energia Pumangol, para o “carregamento rápido” das viaturas da T’Leva, que são na sua maioria eléctricas. A previsão é que o regresso à estas duas geografias venha a gerar 300 postos de trabalho.
Entretanto, o jovem empreendedor escusou-se a avançar os números da facturação média anual da empresa, por alegada questão de segurança dos motoristas. “Houve um dia que, numa entrevista a um órgão de comunicação, revelei alguns números, e isso deu lugar a uma onda de assaltos aos motoristas vinculados à empresa. Não quero prejudicar os trabalhadores, nem mesmo eu. No entanto, posso dizer que é um bom negócio para os motoristas, para as pessoas que querem trabalhar”, realçou.
Recorde-se que o Conselho de Administração do T’Leva decidiu, recentemente, reduzir o preço da corrida de táxi dentro das zonas urbanas e periurbanas da cidade de Luanda de 1.350 kwanzas para 750 Kwanzas no raio de 4 km, o que representa um desconto de 600 Kwanzas.
A redução, justificou a empresa, visa atenuar os efeitos do aumento galopante do custo de vida decorrente do aumento da inflação e da desvalorização do kwanza, que impede a satisfação de necessidades básicas, como a mobilidade urbana.