A exposição, que conta com 24 obras em exibição e que levou dois anos a ser concluída, é um ensaio sobre a vida, a caminhada, as motivações e seus dilemas. A busca pelo intangível, pela satisfação dos valores éticos morais e suas inversões, onde o artista volta o seu olhar para o “nós”, através de um exercício de observação e absorção, por vezes incómodo, da sociedade e daquilo que a rodeia. “ao olhar para o espelho nem sempre se revê aquilo que queremos ver”, diz o artista.
Thó Simões, que nasceu na província de Malanje, em 1973, partilha com a FORBES que as referidas obras aumentou a sua capacidade de identificar o que há de insano à sua volta, bem como a identificar alguns berços da insanidade social. “Por exemplo, eu vejo [o insano] na sociedade em que numa perspetiva que não reconhecia antes de dedicar-me a este projeto”, argumenta.
A exposição está em exibição em cinco formatos, nomeadamente pintura, fotografia, instalação, vídeo arte e performance. Questionado sobre a escolha do título dado à exposição, Simões justificou que, há uns anos, por influência de um filme, começou a fazer o exercício de observar até onde seria capaz de reconhecer a diferença entre o que é normal e o que se poderia considerar anormal na sociedade humana.
“A partir daí comecei a explorar esses dois conceitos e considerei pertinente a exposição ter um título que remetesse a essa ideia, de andarmos entre ambos os conceitos”, frisa, precisando, “usei os materiais que mais facilmente consigo obter entre lixo e madeira”. Algumas obras produzidas em tela, por si só, justificam o título da amostra.