O empreendedorismo sempre correu no sangue de Camila Silveira. Desde a infância que já participava nas actividades empreendedoras para gerar renda familiar e sentiu na pele os desafios de desenvolver um negócio familiar com sucesso. Camila transformou a dificuldade em força e dedicou-se a estudar os motivos por detrás de um empreendimento fracassado, tornando-se, hoje, uma especialista direcionada ao crescimento do empreendedorismo digital.
Há quem diga que onde existe uma necessidade, há certamente uma oportunidade a ser aproveitada, e foi neste cenário que Camila Silveira criou a Terra Brasil em 2006. Com um investimento de cerca de 80 mil dólares, a empreendedora conta à FORBES que quando recebeu o convite para lançar uma feira multissectorial notou a carência e a urgência na criação de uma empresa que tivesse todo o núcleo necessário para um empreendedor iniciar um negócio.
“Começamos apenas com o fornecimento de máquinas e equipamentos para diversos tipos de negócios e para quem desejava alcançar a sua independência financeira e o sonho da liberdade de colocar as suas ideias em prática. No decorrer da sua existência e acompanhando a necessidade do mercado foi acrescentado departamentos para que passasse de um simples ponto comercial a um núcleo estratégico empreendedor”, narra.
Em 2012, Camila Silveira decide ousar e conduzir a empresa para um processo de expansão no mercado angolano. Um mercado que considera próximo da cultura brasileira e que possui um ambiente empreendedora promissor, bem como uma necessidade de desenvolvimento económico da população muito grande.
Com um leque de serviços, a empresa possui uma linha completa de equipamentos para negócios próprios. Dentre os principais sectores de desenvolvimento, a empresa possui hoje equipamentos completos para padarias confeitarias e pastelarias, produção de gelo e gelados, equipamentos focados à agricultura e outros para talhos, lanchonetes e todo tipo de produções e processamentos alimentares, entre outros.
A empresária sublinha que um dos sectores mais procurados na linha de equipamentos é o da criação de padarias pela necessidade alimentar e possibilidades comprovadas de lucros, dentro de um plano de acção de investimento certo.
“Ainda temos províncias com dificuldade de alimentos, tendo o pão como o principal, e outras que nem sequer pão têm, chegando a apenas 8% de implementação deste setor no mercado angolano”, frisa.
A criação de novas linhas que possam gerar renda tem estado entre as prioridades da Terra Brasil.
Uma terra que vale milhões
Desde 2012 em Angola, a Terra Brasil não deixou de crescer e, hoje, a empresa vale cerca de 5 milhões de dólares.
Questionada sobre os métodos de gestão que usa para manter activa a empresa, a gestora diz ser totalmente adepta de todos os recursos digitais e das automatizações de processos para que a sua equipa possa usar tudo como aliados do crescimento e expansão das suas actividades, sem tornar-se robôs e podendo desenvolver o comprometimento com o desenvolvimento do próximo em primeiro lugar.
Camila considera que o seu modelo de gestão tem permitido a empresa adaptar-se ao mercado angolano e aos restantes onde tem disponível os seus serviços. “Em 2020, num processo de plena expansão, em que fomos surpreendidos pela pandemia mundial, o nosso crescimento não decaiu, pelo contrário, conseguimos intensificar o negócio reforçando a nossa presença em Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Brasil, Portugal e Angola”, garante.
A Terra Brasil tem em Angola mais de 40 colaboradores. Para a fundadora da empresa, o foco nos objectivos da empresa, o crescimento efectivo e o sucesso da realização profissional dos colaboradores e parceiros são também pontos prioritários na missão da empresa.
Empreendedora de gema
Aos 42 anos, Camila Silveira é formada em Comércio Exterior pela Faculdade UNIP SP, e tem especialização em desenvolvimento empreendedor e comportamental humano, marketing e administração.
A fundadora da empresa Terra Brasil é actualmente a directora da Câmara de Comércio Angola Brasil. É autora do livro “Vítimas ou Vencedores” e criadora do método i9 de desenvolvimento e capacitação empreendedora.