De acordo com o membro do júri da Academia de Ciências da Suécia, Peter Fredriksson, o prémio foi atribuído aos académicos pelo facto dos novos formatos serem um bom exemplo de como a pesquisa básica pode subsequentemente gerar invenções que beneficiem a sociedade.
“A pesquisa destes dois académicos ajudou a perceber como se formam os preços na venda de bens e serviços através de leilões, ao mesmo tempo que se propuseram novos formatos capazes de maximizar os benefícios para os compradores, vendedores, contribuintes e a sociedade como um todo”, indicou o júri.
Os especialistas em leilões, cujos trabalhos foram utilizados para a alocação de frequências de telecomunicações, dividirão o prémio que está avaliado a 10 milhões de coroas suecas, equivalente a 1,13 milhões de dólares.
Milgrom nasceu em 1948 em Detroit, EUA. Obteve o seu PhD em 1979 pela Universidade de Stanford, também nos Estados Unidos, e é professor da mesma universidade. Já Wilson nasceu em 1937 em Geneva (EUA). É doutor pela Universidade de Harvard em 1963 e professor emérito da Universidade de Stanford.
Robert Wilson mostrou, entre outras coisas, que participantes racionais num leilão tendem a ter lances menores por medo de pagar demais.
Questionado pela imprensa logo após o anúncio do prémio, Wilson mostrou-se tão satisfeito com a atribuição e confidenciou. “Eu mesmo nunca participei de um leilão. A minha mulher lembrou-me que temos botas de esqui compradas no eBay, acho que foi em leilão”, declarou
Paul Milgrom formulou uma teoria mais geral que demostra, entre outras coisas, que um leilão gera preços mais altos quando os compradores obtêm informações sobre os lances planeados por outros licitantes durante o leilão.
O Nobel de Economia foi o último a ser concedido este ano. Os prémios de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz foram anunciados na semana passada. Com quatro mulheres vencedoras, a safra 2020 é mais feminina do que o normal, mesmo que não iguale o recorde de cinco em 2009.
No ano passado, Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram os laureados pela “Abordagem experimental para aliviar a pobreza global”. Esther foi a segunda mulher a ganhar o prémio de economia na História e a mais nova a ser premiada, aos 46 anos.