Os bancos comerciais que operam no sistema bancário moçambicano vão continuar, nos próximos dias, a trabalhar com a taxa de juro básica de 13,25%, de acordo com uma medida do Banco Central, saída da última reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) daquele órgão regulador.
A medida vem expressa em comunicado oficial do Banco de Moçambique e foi justificada, entre outros, com uma ligeira melhoria nas perspectivas de inflação na economia do país, isto é, no curto e médio prazo.
“Esta decisão é sustentada pela ligeira melhoria das perspectivas de inflação doméstica no curto e médio prazo, não obstante o agravamento dos riscos e incertezas”, explicou o regulador. A sustentar ainda a posição do órgão regulador moçambicano esteve também a pressão fiscal, choques climáticos no país e o aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares no mercado internacional.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) local, Moçambique terminou 2021 com uma inflação de 6,7%. Por sua vez, o Banco de Moçambique prevê uma menor aceleração da inflação, resultado, segundo a autoridade bancária, do reflexo de estabilidade do metical, não obstante as perspectivas de aumento dos preços dos bens alimentares e do petróleo no mercado internacional.
Das conclusões saídas do CPMO, consta ainda a manutenção das perspetivas de melhoria da actividade económica em 2022. Isto “graças ao relaxamento das medidas de contenção da propagação da Covid-19, à execução dos projectos de gás natural na bacia do Rovuma e da maior dinâmica do setor externo”.
O banco central alerta para a necessidade de “reformas estruturantes na economia” e refere que a dívida pública interna aumentou.
Já em Dezembro do ano passado, a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, tinha aumentado 37,2 milhões de dólares, correspondentes a 2,4 mil milhões de meticais, a moeda local, para 3,2 mil milhões de dólares, correspondentes a 220,6 mil milhões de meticais.