A aquisição de aeronaves Airbus A220-300 deverão representar para os accionistas da transportadora aérea angolana TAAG uma redução de 25% em custos operacionais, segundo calculou esta semana o presidente da comissão executiva da companhia, Nelson de Oliveira.
O gestor, que falava durante o acto oficial de recepção da primeira de um lote de 15 aeronaves que a companhia aérea de bandeira do país prevê adquirir em regime de leasing (Air Lease Corporation) até 2026, acrescentou que as aeronaves do referido modelo se vão traduzir também numa melhor rentabilização dos recursos e maior geração de valor, “como sinal de boa gestão da coisa pública”.
“Hoje, é um dia histórico. No âmbito da nossa estratégia multimarca para a composição da nossa frota e, pela primeira vez, ao longo dos seus 86 anos de história, a TAAG Linhas Aéreas de Angola incorpora uma aeronave Airbus, no caso o modelo A220-300”, referiu Nelson de Oliveira.
O CEO da TAAG fez saber que com a aeronave ora adquirida, que considera “diferenciada”, a companhia vai assegurar as ligações domésticas e sobretudo os destinos regionais, onde espera obter ganhos de eficiência operacional, maior competitividade e atractividade.
“Esta aeronave é apenas a primeira, de um lote de encomendas que a TAAG tem em curso, junto dos grandes fabricantes internacionais, no cumprimento do seu plano estratégico de crescimento e da visão em ser a companhia de eleição e referência na região da África Austral”, disse, sublinhando que o crescimento da frota TAAG “é uma boa notícia para diferentes partes interessadas, dentro da companhia, na envolvente externa e comunidade em geral”.
Para Nelson de Oliveira, com a aquisição da aeronave, a administração da empresa “dá um sinal claro” ao ecossistema da aviação civil, aos seus parceiros e à opinião pública em geral de que a companhia está na senda da modernização e a ganhar dimensão para se tornar mais competitiva e ser capaz de ombrear com outras operadoras, na medida em que se aproxima o Mercado Único Africano de Transportes Aéreos, do qual Angola procedeu à entrega na União Africana (UA) da sua Carta de Adesão.
Durante a cerimónia de recepção da Airbus A220-300, realizada na última Segunda-feira, 30 de Setembro, o CEO da TAAG deu ainda nota que o objectivo da referida aeronave passa também por aumentar a frequência para Joanesburgo (África do Sul) e a presença em Maputo (Moçambique)
“Estamos também a contactar as entidades de vários países da África e da região, como Malabo, Gabão e República Centro Africana para com a capacidade acrescida que vamos ter, ir suportar e ajudar estes países e as suas companhias aéreas”, detalhou.
Questionado sobre o valor global da aquisição das 15 aeronaves, Nelson de Oliveira esclareceu que não se trata de uma compra directa. “O que nós estamos a fazer com essas aeronaves são uma encomenda em leasing operacional, o que vai permitir ter uma flexibilidade financeira e de trabalho para podermos honrar com todos os nossos compromissos diante do fabricantes e dos leasings”, referiu.
Entretanto, uma pesquisa feita pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA apurou que uma aeronave Airbus A220-300 custa à volta de 71 milhões de dólares.
O Airbus 220-300 da TAAG tem uma capacidade para 137 passageiros (12 em classe executiva e 125 classe económica), bem como uma área de carga de 28m3.
Aeronave chega em clima de coesão e compromisso
O ministro angolano dos Transportes, Ricardo Viegas de Abreu, que presidiu a cerimónia de apresentação do equipamento, considerou que a aeronave chega ao país num momento em que a TAAG estará a “solidifica um clima interno de coesão e de compromisso com o propósito que serve, num período em que o sector da aviação civil é desafiado a crescer em diversas direcções e a contribuir para que Angola desempenhe um papel cada vez mais catalisador ao nível do desenvolvimento de continente africano”.
“Num período em que nos aproximamos da transição dos voos internacionais e domésticos para o Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, ou seja, recebemo-lo no melhor dos tempos e estamos certos de que o seu contributo vai ser relevante nos próximos tempos”, perspectivou optimista.
Segundo Ricardo de Abreu, a ocasião traduz-se na concretização de uma parceria no terreno que “levará a companhia mais longe” e que traz consigo bons ventos de um proveitoso casamento com a Airbus. “Uma parceria que aproveito para, mais uma vez, agradecer em meu nome pessoal e no de Angola, porque trabalhar com os melhores obriga-nos a subir os nossos níveis de desempenho e de serviço em toda a linha deste tão complexo quanto admirável setor de atividade”, sublinhou.
No acto, o governante garantiu que o sector dos Transporte, que tem a missão de dirigir, continuará a apostar na consolidação de todas as reformas empreendidas e dos planos de mobilidade em curso, assim como na contribuição para o crescimento e diversificação da economia angolana.