São Tomé e Príncipe submeteu pela primeira vez à UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – a lista indicativa para uma candidatura a património mundial, que será escolhida entre parques naturais e roças, num processo que deverá ser concluído em dois anos.
A lista indicativa de patrimónios naturais inclui os parques naturais Obô de São Tomé e da ilha do Príncipe, sendo que a lista dos patrimónios culturais engloba as Roças Monte Café e Água Izé, em São Tomé, e a Roça Sundy, na ilha do Príncipe.
O potencial histórico e cultural da Roça Sundy destaca-se como o local onde se comprovou a teoria da relatividade de Albert Eisntein, em 1919, enquanto a Roça Água Izé foi o epicentro da cultura do cacau, no século XIX, e a Roça Monte Café pela cultura do café, no século XVIII.
“Temos muita esperança de que estes dois registos sejam reconhecidos pela comunidade internacional, num futuro próximo, e se tornem motores não só para o desenvolvimento do turismo, mas também para o desenvolvimento sustentável”, disse o diretor regional para a África Central da UNESCO, Paul Coustère, após um encontro mantido recentemente com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, na capital, São Tomé.
Após a apresentação da lista indicativa, as autoridades são-tomenses deverão optar entre o património natural e o património cultural para apresentar a sua candidatura para a lista de património mundial da UNESCO, segundo avança a Lusa.
O director regional da UNESCO para a África Central salientou o potencial do património natural de São Tomé e Príncipe, que considerou como “uma reserva muito importante de biodiversidade a nível do planeta”.
Para Paul Coustère, “esta deve ser uma oportunidade não só para São Tomé e Príncipe, mas para todo o planeta e uma questão de credibilidade da comunidade internacional de apoiar os esforços de São Tomé e Príncipe de preservar e valorizar todas estas riquezas”.
O representante da Unesco disse ainda que o processo de candidatura são-tomense poderá seguir “relativamente depressa porque os ficheiros parecem estar bem fundamentados”. Segundo explicou, normalmente, “o processo que dura cerca de dois anos, mas podemos ver se está bem encaminhado após um período razoável”.
De recordar que a ilha do Príncipe é, desde 2012, reserva mundial da biosfera da Unesco.