A start-up angolana Deya obteve, recentemente, na sua primeira ronda de financiamento, mais de 50 mil dólares, junto de um grupo de business angels do país, de acordo com a co-fundadora da Bantu Makers e CEO da Deya, Vanda de Oliveira.
Em declarações à FORBES, a gestora precisou que o investimento possibilitará à start-up melhorar o desenvolvimento da sua plataforma nos próximos meses, tornando-a mais robusta e com melhor experiência para os utilizadores, bem como permitirá a implementação do seu modelo de negócio.
“Estou muito entusiasmada com o sucesso desta ronda de financiamento, pois durou quase um ano até fecharmos as negociações com os investidores-anjos desta ronda”, regozijou-se a empreendedora, acrescentando que a iniciativa permitirá ainda gerar receita para impulsionar o crescimento da start-up.
“Este financiamento pré-semente é importante porque vai permitir-nos desenvolver nova propriedade intelectual para a plataforma e expandir a oferta para que os seus utilizadores possam tirar o maior valor possível e, assim, possibilitar à Deya um crescimento exponencial”, frisou.
A Deya é a primeira e a única plataforma activa de crowdfunding (financiamento colectivo) dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), lançada oficialmente em Setembro de 2017 em Angola, pela Bantu Makers. O objectivo da start-up é ajudar a impulsionar o acesso ao financiamento para causas de impacto social e projectos empreendedores.
Nos últimos três anos, a plataforma já investiu mais de três milhões de kwanzas, trabalhando numa abordagem lean start-up, sendo que até ao momento foram aprovadas 23 campanhas das mais de 50 submetidas, permitindo angariar acima de 15 milhões de kwanzas para projectos de impacto social.
A start-up opera actualmente nos modelos de doação e recompensa, mas com esta ronda de financiamento, segundo Vanda de Oliveira, já está também a desenhar a implementação do modelo de equity (capital), a ser lançado ainda este ano, para permitir que negócios inovadores e PMEs possam levantar financiamento, por meio desta modalidade.
“Anjos dos negócios”
Investidor-anjo é uma pessoa física ou jurídica que faz investimentos com seu próprio capital em empresas nascentes com um alto potencial de crescimento.
O termo investidor-anjo (em inglês, Angel Investor ou Business Angel) foi criado nos Estados Unidos da América, no início do século XX, para designar os investidores que bancavam os custos de produção das peças da Broadway, assumindo os riscos e participando de seu retorno financeiro, bem como apoiando na sua execução.
O termo “anjo” é utilizado por não se tratar de um investimento exclusivamente financeiro. Um investidor-anjo agrega valor para o empreendedor, não apenas com o capital, mas também com seus conhecimentos e rede de relacionamentos, pois geralmente é um profissional experiente ou ex-empreendedor que já passou por outras áreas do empreendedorismo e sabe como aplicar dinheiro.
O objectivo do investidor-anjo é fazer aplicações em negócios com alto potencial de retorno, onde, normalmente, detém uma participação minoritária. O investimento não lhe garante uma posição executiva na empresa, mas lhe permite actuar como mentor ou conselheiro do empreendedor.