A Sonangol deverá colocar em marcha, nos próximos dias, um rigoroso processo de due dilligence a 19 companhias que enviaram proposta de interesse nos oito blocos de exploração que a empresa pública angolana agora quer alienar, anunciou a petrolífera em comunicado enviado à FORBES.
Ao todo, foram encaminhados à petrolífera um total de 35 propostas, todas com vista a ocupar e explorar os blocos colocados à praça para alienação, com origem em 19 empresas, cinco das quais constituídas em consórcios e sete em nome individual.
“A Sonangol dará início ao processo de due diligence, a ser efectuado pela Trace International, seguindo-se as negociações com as candidatas, no período de 7 de Outubro a 8 de Novembro, para a posterior assinatura dos contratos de compra e venda com aquelas que melhor refletirem os procedimentos contratuais, em conformidade com os critérios de avaliação”, estabelece a petrolífera.
A Sonangol, maior empresa angolana em termos de volume de negócio e capitalização, não diz, na nota, que aspectos das propostas ou mesmo das empresas serão levados em conta na avaliação “rigorosa”.
Entretanto, o due diligence é um processo que envolve o estudo, a análise e a avaliação detalhada de informações de uma determinada sociedade empresária, realizado antes desta assinar um contrato ou acordo financeiro.
Assim, ao se efectivar esse mecanismo de aferição da legalidade dos processos que as 19 empresas deram entrada à Sonangol, estas submetem-se à ‘peneira’ da multinacional angolana, que quer fechar esse processo no âmbito do seu programa reestruturação.
Aos interessados que queiram notas adicionais sobre os blocos em alienação, a petrolífera manifesta-se aberta a dar dados, através de uma plataforma criada para o efeito, a designada Comissão de Avaliação, contactável pelo e-mail alienacaoblocospp@sonangol.co.ao, conforme descrito no documento.
De acordo com a nota da Sonangol, estão em vias de alienação os blocos de exploração 3/05, 4/05, 5/6, 15/06, 18, 23, 27 e 31, um processo que contou com a participação da empresa consultora IHS Markit, na definição da valorização de cada activo.
Depois de ter fechado 2020 com o maior prejuízo da história da administração pública angolana, a gestão da companhia petrolífera angolana antevê que, até finais de 2021, a empresa volta a inscrever lucros nos seus balanços, conforme avançou recentemente o seu presidente, Sebastião Gaspar Martins.