Um grupo de organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, em parceria com a cooperação portuguesa, lançou na passada Sexta-feira, 06, no país, o projecto “Observatório da Mulher”, visando a pesquisa, advocacia e influência de políticas públicas sobre temáticas femininas.
De acordo com Gueri Gomes, da direção da Liga dos Direitos Humanos, a iniciativa vai contribuir para um maior conhecimento da situação das mulheres e meninas no país, nomeadamente na recolha de dados sobre a violência doméstica, todos os fenómenos degradantes à condição feminina e falta de oportunidade nos espaços de decisão.
A iniciativa, segundo a Lusa, é da Liga Guineense dos Direitos Humanos, ACEP – Associação para a Cooperação Entre os Povos, AMPROCS (Associação de Mulheres Profissionais da Comunicação Social), Miguilan (Mindjeris Di Guiné Nô Lanta, Mulheres da Guiné, erguemo-nos), com o apoio da Casa dos Direitos.
Guerri Gomes disse que todas as acções do “Observatório da Mulher” serão financiadas pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal. Acrescentou que o projecto lançado vai funcionar durante três anos dando ênfase às acções de colecta de dados “sobre todos os fenómenos que atentam contra a condição feminina” na Guiné-Bissau, “da infância à fase adulta”.
Por sua vez, Nelvina Barreto, da organização Miguilan, antiga ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural e conhecida activista das questões da mulher na Guiné-Bissau, também corrobora da ideia de que o observatório irá contribuir para um maior conhecimento da situação das mulheres no país.
“Pretende-se com esta iniciativa colocar a temática feminina no centro da agenda nacional, criando espaços de debate, de colecta de informação, diagnóstico e análise profunda, de produção e divulgação de conhecimento, para melhor monitorar progressos, desafios e oportunidades”, referiu.
A activista disse acreditar que a nova estrutura irá ajudar a garantir os direitos políticos, económicos e sociais das mulheres na Guiné-Bissau.
*Napiri Lufánia