Os serviços financeiros e de seguros em Cabo Verde cresceram 11,5% em 2022, representando cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) e contribuindo em 0,8 pontos percentuais (pp) para o crescimento do produto do país, divulgou o banco central.
De acordo com o relatório do estado da economia do Banco de Cabo Verde (BCV), o ano passado foi marcado por uma conjuntura de “forte dinamismo” da actividade económica e pela continuidade da política monetária acomodatícia.
Estes factores, prosseguiu, propiciaram “condições favoráveis” de financiamento à economia, fazendo o sector financeiro registar uma performance “muito favorável” em 2022.
Segundo o BCV, o aumento do valor acrescentado bruto dos serviços financeiros e de seguros foi determinado, em grande medida, pelo sector bancário (sociedades de depósitos), tendo em conta o seu peso maioritário no activo total do sector financeiro nacional (96,5%).
No ano passado, constatou-se que o produto bancário cresceu 9,9%, o que se compara com 9,7% em 2021.
Em 2022, apesar do agravamento dos custos com pessoal e gastos gerais administrativos, bem como dos impostos (correntes e diferidos), o banco central verificou que os resultados antes (30,4%) e após impostos (26,5%) aumentaram, devido, essencialmente, ao crescimento do produto bancário e à redução das imparidades de outros activos líquidos.
“A componente principal do activo dos bancos, o crédito, registou um crescimento em 2022, traduzindo o aumento do crédito sem imparidade e com imparidade”, sublinhou o BCV, indicando que o passivo dos bancos registou também crescimento (6,9%), “evidenciando a manutenção da confiança dos depositantes na solidez do sistema bancário”.
“Com efeito, em 2022, os indicadores de solidez do sector bancário permaneceram, em geral, em patamares confortáveis, ainda que com uma ligeira deterioração na qualidade da carteira de crédito dos bancos”, salientou a mesma fonte.