A sustentabilidade é um tema que está na ordem do dia em vários sectores da sociedade e o jornalismo não é excepção. Esta foi uma das principais mensagens de alerta transmitida pelo fundador do Grupo Media Nove, N’Gunu Tiny.
“O jornalismo tem de ser sustentável. Os media sem sustentabilidade não têm futuro”, afirmou durante o Fórum Banca, a conferência organizada Quinta-feira, 01 de Fevereiro, pelo Jornal Económico e a PwC, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O fundador do Media Nove considera que sem um jornalismo sustentável não existe democracia e uma comunidade bem informada, deixando também um alerta sobre a desinformação e as fake news que colocam as notícias e o jornalismo no centro do debate de importância pública.
“A comunicação social, nomeadamente a produção e verificação de notícias é e sempre foi um bem comum e um bem público. Esta qualificação tem implicações”, realçou destacando que além da sustentabilidade existem mais dois pontos vitais naquela que deve ser a missão do jornalismo e dos jornalistas.
“Tem de ser rigoroso baseado em factos verificáveis, tem de ser livre e independente e tem de ser credível em relação aos seus profissionais e consistente em relação ao rigor, independência e credibilidade que todos os dias deve ser entregue”, salientou. Outra das missões passa por uma especial atenção ao papel do governance nas sociedades e nas empresas de media.
N’Gunu Tiny defendeu que os diretores, administradores e accionistas devem ter uma perspetiva para além da sua empresa e do seu sector. “A nossa missão é específica no tempo. Temos de transmitir este bem comum às gerações vindouras. O jornalismo, as notícias, os media, não são algo que nos pertence para levarmos ad eternum, mas algo que devemos desenvolver com um sentido de responsabilidade para devolver às gerações vindouras este bem comum”, sublinhou.
*Rodolfo Alexandre Reis – O Jornal Económico