A vice-presidente da comissão executiva da Confederação Empresarial da CPLP, Nelma Fernandes, sublinha que o Acordo de Mobilidade entre os nove países membros vai dar novo fôlego à organização porque é fundamental para se fazer negócio.
Se tivesse de desenhar um business plan para a CPLP quais seriam as apostas?
O business plan para a CPLP teria de ser um GPS que guia um propósito de negócio. Se tivesse de traçar um business plan dentro da CPLP olharia para aquilo que de melhor tem para oferecer em termos de recursos de implementação e margem de crescimento que é aquilo que se procura na vertente empresarial. Olharia para alguns pontos-chave, em que, no topo da lista estaria a agricultura. Isto porque a CPLP é um conjunto de nove países em que seis são africanos. Estes para alavancarem o seu desenvolvimento têm de olhar para aquilo que vem da terra. Os países africanos têm um solo fértil e um mar riquíssimo. Olhar para a agricultura ou o agroalimentar é um ponto-chave. Depois temos outras matérias ao nível do turismo, por exemplo. O privilégio que temos relativamente ao tempo, às praias criando-se um pacote turístico para o mercado CPLP é um segundo ponto que também não iria descurar. Depois temos as questões da energia com tantos recursos naturais, o solo, o oil & gas que juntando alguns países dentro da comunidade e a diversidade que também é necessária era o outro ponto-chave. O que faria é juntar nestas áreas o que de melhor cada país tem para conseguir responder em escala e ter um potencial de crescimento para o exterior e também para o consumo interno.
E do lado das empresas, e com o atual cenário que se vive, quais devem ser as opções estratégicas?
As empresas têm de olhar para aquilo que é o essencial. A única coisa que vendemos é necessidade. Temos de perceber se aquilo que é a essência da empresa onde estamos inseridos é efetivamente necessário. Se não for perceber se é possível transformá-lo em algo necessário. Nesta altura de crise estarmos todos empenhados para o mesmo propósito é fundamental. Por vezes, o que aconselho às empresas é tomarem decisões em conjunto. Ouvirem todos os quadros da empresa porque daí saem imensas perspetivas de caminhar para algo que seja válido. As empresas com maiores resultados percebessem que são aquelas que têm uma gestão na horizontal, em que, todas as pessoas que são parte integrante possam opinar.