Além do aumento das vendas – que se estimam na ordem dos 5 a 10% – da redução dos custos de produção em cerca de 30%, como consequência da implementação de planos de monitorização de água e luz, e dos benefícios ambientais, João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) disse à FORBES que a atribuição destes selos de certificação vai também promover o reconhecimento junto de consumidores, fornecedores, distribuidores e à toda a cadeia de valor, dos esforços do produtor para ter um processo vitivinícola o mais sustentável possível, traduzindo-se assim numa clara vantagem competitiva.
Esta certificação surge no ano em que se assinala o 5º aniversário desde a criação do PSVA, pioneiro em Portugal e revolucionário do sector, que conta já com 422 membros associados, representando mais de 40% da área de vinha do Alentejo. João Barroso precisou que, a partir de agora, qualquer membro do PSVA cumpridor dos requisitos mínimos estabelecidos para a certificação de terceira parte, pode solicitar diretamente junto das entidades certificadoras com as quais a CVRA celebrou protocolo – nomeadamente a Bureau Veritas, Certis, Sativa e SGS – a certificação em produção sustentável.
Sobre os requisitos necessários para a certificação, o responsável explicou que a certificação poderá ser solicitada por um membro de qualquer categoria do PSVA (viticultura, adega, vitivinicultura), sendo que o mesmo terá de pontuar um mínimo de 3,5 pontos nos 18 capítulos do PSVA. Estes capítulos, prosseguiu, são compostos por 171 critérios de avaliação, sendo necessário pontuar no nível desenvolvido em pelo menos 86% de todos estes critérios, que abrangem áreas relacionadas com o universo de vinha e adega promovendo, no campo, entre outros, a boa gestão dos solos, a utilização de organismos auxiliares, a preservação dos ecossistemas, a conservação e restauro das linhas de água, ou recurso ao modo de produção integrada e modo de produção biológica.
“Na adega, a eficiência energética e o uso racional de água são prioritários, mas também o é a redução da produção de resíduos. A reciclagem e desmaterialização de processos, bem como o uso de produtos mais verdes, como rolhas, barricas e outros materiais de florestas certificadas, são, igualmente, incentivados”
De acordo com o coordenador, existe já um grupo de produtores que, devido ao seu trabalho e esforços desenvolvidos desde o lançamento do PSVA e, em certos casos, mesmo antes, estão em condições de solicitar a certificação. No entanto, esclarece, uma vez que a obtenção deste selo é voluntária e não obrigatória, um produtor que se encontre já num nível desenvolvido poderá, pelas razões que entender, não solicitar a certificação de imediato.
Recentemente, o PSVA foi distinguido com o título de Embaixador Europeu de Inovação Rural pelo projeto LIAISON, uma parceria europeia de inovação para a produtividade agrícola e sustentabilidade lançada em 2012, pela Comissão Europeia, que promove os melhores projetos europeus ao nível da inovação na agricultura e silvicultura em áreas rurais.