O volume de prémios arrecadados pelo agregado das 23 seguradoras agolanas situou-se, até finais de 2020, em 233 mil milhões de kwanzas, num ano em que as indeminizações pagas pelas seguradoras ascenderam para 92 mil milhões de kwanzas, representando uma taxa de sinistralidade na ordem dos 40%, de acordo com números do sector divulgados nesta Terça-feira,14, pelo PCA da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Elmer Serrão.
A ajudar no crescimento da carteira de prémios emitidos estão a estratégia de negócios adoptadas pelas operadoras, que, entre outros, privilegiaram a gestão dos activos, as provisões e aplicações financeiras, outra fonte de recursos dos players do sector.
Os dados foram tornados públicos num fórum organizado pela Associação de Jornalistas Económicos de Angola (AJECO), em parcerias com várias empresas do sector de seguros, em que esteve em abordagem o tema “Banca e Seguros vs. Crescimento e pandemia: perspectivas”.
Ao fazer o balanço do sector e dos seus participantes, Elmer Serrão avançou ainda que no mercado de seguros, mediação e fundos de pensões, actuam, 23 operadoras, 1.230 mediadores de seguros e oito entidades gestoras de fundos de pensões.
O mercado segurador encerrou 2020 com um total de 36 fundos de pensões, entre eles 9 aberto e 27 fechados, cuja carteira de activos ascendeu um total de 567 mil milhões de kwanzas.
Quanto às contas do sector em 2020 vistas por ramo, o volume de prémio não vida representou 98% do total arrecadado, cabendo os outros 2% ao ramo vida, o que, na análise do responsável da ARSEG, demanda uma necessidade de inversão de quadros. “Temos todos um papel crucial na inversão deste quadro, para que se perceba melhor a importância do ramo vida, seja como forma de prevenir a nível económico as consequências da morte ou da sobrevivência numa determinada idade, seja como produto financeiro de longo prazo, apto a financiar de forma estável e consistência o desenvolvimento económico da sociedade”, apela o gestor.
No que tem que ver com o ao índice de penetração do sector de seguros, ainda é baixo, relativamente ao PIB, mantendo-se nos cerca de 1%, “Essa realidade deve-se não só a conjuntura económica actual, agravada pela pandemia da Covid-19, por um lado, mas também a baixa cultura de seguros existente em Angola, por outro”, considera o chairman da ARSEG.
Concluindo, Elmer Serrão diz acreditar em “boas perspectivas para o sector de seguros”, sobretudo na realização de novos projectos no domínio da indústria, agricultura entre outros, o que, na sua óptica, irá potenciar a dinamização da procura de produtos e serviços no sector de seguros e de fundos de pensões, a medio e longo prazo.