Arrancou mesmo a segunda fase da greve dos funcionários públicos angolanos, que conforme o plano, deve durar até o dia 30 do mês em curso, como confirmou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, os porta-vozes do grupo de sindicatos, Adriano Manuel e Teixeira Cândido, que classificaram adesão como sendo “expressiva” em todo país.
Por sua vez, Adriano Manuel, disse que existem pressões do Governo, como o caso dos “médicos internos que foram proibidos de participar na greve a custo de serem expulsos do internato”, disse, tendo referido que apesar disso “a greve hoje é um facto”.
Segundo Adriano Manuel a greve tem um nível “muito bom” de adesão, sendo que participam todos os sectores, “justiça, educação e demais sectores estão a participar”, rematou em exclusivo à FORBES.
A preparação desta segunda fase da greve geral dos funcionários públicos angolanos ganhou outro adorno quando surgiu a possibilidade de os jornalistas ligados aos órgãos de comunicação públicos virem a participar. O que sabe a FORBES, não está a acontecer, já que, após uma reunião realizada entre quarta e quinta-feira passadas percebeu-se que apesar de saberem sobre a greve, “não havia mobilização dos técnicos, pelo que, ficou definido que a participação dos jornalistas por agora, resume-se ao suporte mediático de toda esta fase”, disse `FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido.
Á Forbes, Teixeira Cândido disse ainda que a participação activa dos jornalistas no protesto “fica reservada para a terceira fase da greve”, apontou.
Recorde que no essencial, os trabalhadores pedem ao Governo o aumento do salário mínimo nacional, dos actuais 32.000 kwanzas (37 dólares), para 245.000 kwanzas (285 dólares), proposta flexibilizada, entretanto, para 100.000 kwanzas (116 dólares).
Advogados vão monitorar greve
A Ordem dos Advogados de Angola (OAA) apelou aos seus órgãos provinciais que se mobilizem em equipas para monitorizar a greve, tendo em conta que na primeira fase (20 a 22 de março) sindicalistas e grevistas “foram agredidos, detidos e intimidados, colocando em causa a liberdade fundamental sindical”.
De acordo com a nota, a referida monitorização consiste em acompanhar no local e por outros meios os desenvolvimentos sobre a greve, que se iniciou hoje e decorre até 30 abril.
A Ordem dos Advogados de Angola (OAA) apelou à criação de equipas para acompanhar a segunda fase da greve geral, que se iniciou hoje, visando travar possíveis violações dos direitos dos grevistas.