O sector petrolífero e bancário angolano apresentam tendências de comportamento antiético, revelou nesta Quinta-feira, em Luanda, Luís Filipe Camelo, manager forensic e integrity services da Ernst & Young (EY) Angola.
“Obviamente, é uma percepção e acabam por serem os sectores onde existem maior capital”, acrescentou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o responsável, após a apresentação do estudo de integridade em Angola.
“Apesar destas tendências, o estudo da Ernst & Young Angola sublinha melhorias nos padrões de integridade nas empresas angolanas, reflectindo um progresso significativo na promoção de práticas éticas e transparentes, criando-se um ambiente de negócios mais confiável e seguro no país”, lê-se no relatório.
O estudo aponta ainda que a disponibilidade financeira para sacrificar integridade por ganhos próprios dentro das organizações é bastante observável, podendo traduzir-se em perdas substanciais para as empresas a médio e longo prazo.
A Ernst & Young considera que é possível tolerar comportamento antiéticos nas organizações angolanas, especialmente quando as pessoas evolvidas ocupam cargos de alta hierarquia, como executivos seniores ou profissionais de alto desempenho.
Acrescenta ainda que é importante continuar o fortalecimento dos sistemas de denúncias e garantir a confidencialidade e a imparcialidade no tratamento das mesmas denúncias, uma vez que o estudo indica que os funcionários não podem denunciar más condutas no trabalho sem temerem consequências negativas para si mesmos.
Quanto às situações que colocam as organizações em risco, a Ernst & Young identificou que o ambiente macroeconómico é considerado a opção que expõe o maior risco para o sucesso ao longo prazo das instituições.
No entanto, descreve que existem ainda riscos relevantes de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, risco geopolítico, sanções, subornos e corrupção.