O painel “O Poder da Energia – O Que nos Move”, reuniu líderes visionárias da indústria da energia para discutir como a diversidade e a inclusão são forças motrizes para a inovação e o sucesso.
Durante a sua abordagem, a administradora executiva da Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), Djanira dos Santos, afirmou que sector dos recursos minerais precisa de investimento massivo, pois o potencial geológico não está conhecido.
“Nós temos um sector financeiro maioritariamente comercial, nós não temos no nosso país a presença de fundo de investimento, de banca de investimento, de fundo especializados em investimento mineiro e também não temos grandes bancos internacionais instalados em Angola”, lamentou.
Djanira dos Santos assumiu que, actualmente, o sector dos recursos minerais é muito atrativo, tanto para os nacionais, quanto para os investidores internacionais.
“Actualmente, temos cerca de 600 licenças emitidas vigentes. Se fizermos um rácio vai aproximadamente dar 50% para fase de prospecção e 50% para fase de exploração. Devemos começar a fazer investimento massivo ou contribuirmos de alguma maneira para atrair o investimento estrangeiro, porque o investimento para fazer prospeção é de longo prazo e o retorno leva muito tempo”, sublinhou.
Por sua vez, a directora de relações externas, comunicação e imagem da Etu Energias, Djidi-Ann dos Santos, considerou que em termos de transição energética, Angola tem um potencial enorme, desde energia solar e gás.
“A pergunta é saber se estamos a comunicar bem. Eu acho que nós na indústria estamos a par e conhecemos, mas não temos estado a educar o suficiente a educação no seu todo. Neste sentido, a comunicação tem que ser clara, educacional e deve estar adaptada ao público-alvo”, apontou.
A população, segundo a responsável, deve compreender as vantagens que tem ao apoiar a transição energética e que desta iniciativa vai se criar uma economia circular, que vai beneficiar as comunidades.
Entretanto, a presidente da Associação Angolana de Mulheres em Geociências, criada em 2015, Esperança Santos, disse que fica difícil a conciliação da vida familiar com a vida profissional, afirmando que a jovem mulher tem encontrado dificuldades conseguir o primeiro emprego na indústria.
“Um outro aspecto é a ascensão destas mulheres para cargos mais elevados, é muito difícil, aí há discriminação, há concorrência. Por outro lado, dou exemplo da rotatividade das minas, nós temos minas em que aqueles que não são trabalhadoras locais ficam quatro meses na mina e três semanas com a família. É muito pouco temo”, acrescentou.
A administradora executiva da ANPG, Ana Miala, fez saber que em termos de exploração, Angola está a procurar dar passos significativos, depois de ficar 11 anos sem adjudicar nenhum tipo de concessão.
“Temos estado muito bem-sucedos. Até agora, mais de 30 concessões foram já adjudicadas, contratos assinados. Estamos em vias de assinar outros contratos em breve, temos mais uma ronda de adjudicações de contrato de concessões em 2025”, assegurou.
A responsável admitiu ainda que há enormes dificuldades de aceder algumas áreas que precisam de uma logística muito grande, requer um capital financeiro muito elevado, o que não permite buscar os pontos, onde há potencial petrolífero.
“O nosso maior objectivo é continuar a descobrir recursos para podermos fazer substituição de reservas. Nós temos estado a produzir acima de 1 milhão de barris há alguns anos. Tivemos uma fase de um declínio bastante acentuado. Caímos para níveis abaixo de 1 milhão e duzentos, que é mais ou menos aquilo que produzimos hoje”, explicou Ana Miala.
Durante o debate, a administradora executiva da Sonangol, Kátia Epalanga, afirmou que no sector petrolífero, a mulher traz mais do que a criatividade, ou seja, a energia da grandeza do bem-fazer, da honestidade e, principalmente, promove aquilo que é sustentável.
“Com a transição energética, nós precisamos somente de continuar a dar esses passos que muito bem temos estado a fazer. Relativamente à Sonangol, nós temos estado a trabalhar na sustentabilidade, a empresa vem no seu segundo relatório. Em 2022, por ser um grupo que parte do poço oposto, incluímos somente uma empresa, uma unidade de negócio. No segundo ano, conseguimos incluir mais empresas. Para fechar a cadeia, estamos a nos preparar o terceiro relatório de sustentabilidade, que vai culminar com todas as empresas core do grupo Sonangol”, apontou.