O sector bancário de Angola ainda não possui projectos relevantes ligados à sustentabilidade ambiental, disse há dias, o Presidente da direcção da associação angolana de bancos (ABANC), Mário Nascimento.
As informações foram avançadas durante a primeira conferência sobre “Sustentabilidade na Banca” promovida pela ABANC, onde Mário Nascimento referiu que um dos objectivos do evento é exatamente suscitar a discussão destas matérias.
Mário Nascimento, explicou que em Angola já existem bancos que financiam projectos verdes e economia circular, mas não no contexto Governança Ambiental, Social e Corporativa – ESG.
Para Mário Nascimento, são iniciativas isoladas por ser ainda um tema novo e pelo que não há entendimento no seu todo, por esta razão trouxeram a conferência que vai servir de ponte para se criar uma consciencialização e serem parceiros dentro deste processo de transformação.
Segundo o responsável, os bancos têm o desafio no âmbito da sustentabilidade de fazer a transição das suas preocupações ligadas à rentabilidade e dos financiamentos de projectos que estão sem preocupação ambiental, social e de governança para aquilo que são os temas da ESG.
Por seu turno, a directora do departamento de regulação e organização do sistema financeiro do Banco Nacional de Angola (BNA), Carla Gomes que participou num dos painéis da conferência sobre ‘Sustentabilidade na Banca’ fez saber que actualmente o banco central encontra-se num processo de subscrição da rede de bancos centrais – NGFS, uma entidade que emite recomendações aos reguladores especificamente dos sistemas financeiros.
Segundo Carla Gomes dentro da organização encontram um conjunto de responsabilidades que são inerentes na sua actividade, nomeadamente na missão para o acompanhamento das instituições financeiras e nas políticas monetárias macroeconómicas para o contexto da estabilidade do sistema financeiro.
Carla Gomes, explicou que estão a olhar internamente para os procedimentos do BNA enquanto instituição que também quer implementar o ESG na sua actuação e ter políticas verdes, de sustentabilidade e de bom governo a nível da instituição.
“Temos duas divisões por um lado o tema banco central em si enquanto entidade e temos por um lado aquilo que são políticas e procedimentos esperados aos bancos centrais na sua actuação com o mercado. Há ainda uma terceira tarefa do banco central, a actuação com o governo naquilo que serão políticas de emissões de títulos e outros acordos e plataformas internacionais com um impacto significativo em emissões que possam coordenar a sua política monetária naquilo que lhe é esperado na sua missão”, sublinhou.
A secretária de Estado da Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Coelho, que também esteve no evento, considerou a conferência uma iniciativa oportuna por poder permitir o debate sobre o caminho conjunto a trilhar no ponto de vista do sector público.
Segundo a governante, o evento permitiu ainda ter um entendimento daquilo que poderá vir a ser o financiamento sustentável, a arrecadação para aumentar quer a nível nacional e por no circuito aquilo que são os fundos internacionais, as doações, o capital de investimento privados, além de outras formas de financiamento que vão existindo.