O racismo continua a causar inúmeros danos às sociedades, afectando instituições, estruturas sociais, a vida cotidiana em todas as sociedades e a ser um persistente motor de desigualdades. O posicionamento é do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na sua mensagem do dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial.
O líder da maior organização política mundial alerta para a necessidade de o ‘Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial’ continuar a ser o de reconhecimento e um apelo urgente à acção, sendo que nenhum país está imune à intolerância, nem livre de ódio.
“Africanos e afrodescendentes, asiáticos e descendentes de asiáticos, comunidades minoritárias, povos indígenas, migrantes, refugiados e tantos outros – todos continuam a enfrentar estigmatização, teorias da conspiração, discriminação e violência”, afirma António Guterres, na mesma mensagem.
Para Guterres, “todos nós temos a responsabilidade de nos envolvermos em solidariedade com movimentos que defendem a igualdade e os direitos humanos em todos os lugares”.
“Devemos ouvir aqueles que sofrem injustiças e garantir que as suas preocupações e necessidades estão no centro dos esforços para desmantelar estruturas discriminatórias”
O tema deste ano para saudar a data é “Vozes activas contra o racismo” e convida todos a denunciar, ouvir atentamente e agir de forma decisiva.
“Temos os planos para uma acção determinada: a Declaração e o Programa de Acção de Durban, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Agenda de Quatro Pontos para a Mudança Transformadora para Justiça e Igualdade Raciais. Nós, nas Nações Unidas, também lançámos o nosso próprio Plano de Acção Estratégico interno para enfrentar o racismo”, reforçou António Guterres na sua mensagem.
De apelos não é tudo. António Guterres reforçou ainda necessidade de se concretizar a visão de um mundo livre de racismo e de discriminação racial, que exige acção todos os dias, em todos os níveis, em todas as sociedades.
Guterres finaliza pedindo união em torno da humanidade comum e que se defenda a uma só voz a igualdade, a justiça e a dignidade para todos.
O Dia Internacional contra a Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com a Resolução A/RES/2142 (XXI) de 1966, em memória ao “Massacre de Shaperville”, em 21 de Março de 1960.
Nesta data, aproximadamente vinte mil pessoas protestavam contra a “lei do passe”, em Joanesburgo, na África do Sul. Esta lei obrigava os negros a andarem com identificações que limitavam os locais por onde poderiam circular dentro da cidade.