O PRO SURF São Tomé – primeiro circuito de surf da República de São Tomé e Príncipe – arrancou nesta Quinta-feira, 02, com duas etapas masculinas e uma prova feminina de iniciadas, em sete ondas e com a participação de 27 surfistas no total, sendo 18 homens e nove mulheres.
O evento que se enquadra no Start Zero Zero, projecto que visa a criação e desenvolvimento de oportunidades económicas, sociais e ambientais na Comunidade de países de Língua Portuguesa (CPLP) e uni-los através da organização de campeonatos de surf, conta com um orçamento que rondava os 100 mil euros.
Em entrevista exclusiva a FORBES, Francisca Sequeira, fundadora da Organização Não Governamental SOMA – Surfistas Orgulhosas na Mulher d’África, disse que com todos os apoios conquistados conseguiram realizar a produção do campeonato com um investimento de 25 mil euros.
“Conseguimos realizar a sua produção apenas com o investimento na ordem dos 25 mil dólares, provenientes do único patrocínio da empresa Ground e do Comité Olimpico de São Tomé. O campeonato está a ser organizado com parceiros e apoios reunidos um pouco por toda a CPLP”, refere a responsável.
Por outro lado, garante que, com parceiros em vários continentes, “o Pro Surf São Tomé, um evento sustentável que se quer posicionar como uma montra de visibilidade para os surfistas no país”, será replicado em outros Estados-membros da CPLP.
Projecto abre portas para oportunidades em São Tomé
Questionada, sobre como o projecto poderá desenvolver oportunidades económicas, sociais e ambientais nos PALOP, Francisca Sequeira sublinha que “mostrando ao mundo o potencial de surf destes destinos e o talento dos surfistas nacionais, existe a possibilidade de marcas se interessarem e investirem neste mercado e nestes atletas, criando oportunidades de trabalho, trazendo conhecimento e dinamizando o fluxo de turismo, que irá, obviamente, gerar mais riqueza no país”.
Quanto a questão social do projecto, a responsável aborda que prende-se essencialmente pelo facto da ONG SOMA ser um pilar fundamental para o desenvolvimento do surf feminino nestes países e como tal, levar o programa para outros países da CPLP, identificando focos críticos e trabalhar questões sociais femininas e claro, ensinar as raparigas a surfar, é o primeiro passo.
“A questão ambiental passa pela incorporação de actividades pedagógicas no decorrer do campeonato e durante a implementação do projecto SOMA, dirigidas à comunidade surfista local e relacionadas com a limpeza e manutenção das praias e dos oceanos. É algo que surge quase de forma orgânica, pois para um surfista, o mar é a sua segunda casa”, diz.
Criado em Março de 2021, pelas mãos de Francisca Sequeira, Veridiana Bressane e Maria Magalhães, mulheres unidas pelos mesmos valores: língua e paixão pelos desportos de prancha, o projecto Start Zero Zero, tem também como objectivo promover a transformação sustentável na CPLP, através do surf, como ferramenta de integração social.