Ali foi concebida e é produzida a Blue, a água Pura, a cerveja Tigra e a cidra Jade. Na zona a sul de Luanda, no Kikuxi, vamos ao encontro do presidente da Refriango, na fábrica que este gestor natural do Uíge construiu do zero com um sócio português, parceiro de negócios de há um quarto de século.
Na visita guiada que faz à FORBES, Estêvão Daniel apresenta aquele complexo do Kikuxi como o maior parque industrial de bebidas de África. Após calcorrearmos as fábricas e olharmos as imagens aéreas que fizemos, não ficamos com a certeza de ser o mais vasto do continente, mas percebemos o quão avançado é este projecto que já acumula perto de 700 milhões de dólares de investimento. O mais recente são 6,2 milhões alocados a uma fábrica de bebidas que a Refriango já representava em Angola, mas provinham de importação. A Diref, parceria entre a empresa nacional e a multinacional Diageo, trará mais mão-de-obra ao complexo e o fabrico do gin Gordon’s, da vodka Smirnoff e do whiskie Black e White. Outra das valências será a incorporação de matéria-prima produzida em Angola, uma das valências que Estêvão nos assegura procurar para a cadeia de valor da Refriango.
A estratégia de internacionalização está a ser intensificada, já com uma bandeira espetada na China, a do sumo Nutry, que se junta à primeira ponta-de-lança da empresa para lá da fronteira angolana, a Blue, que arrombou o mercado luso através de um dos produtos mais apreciados em Portugal: o futebol. Lá, como cá, o desporto rei desperta paixões, e colando-se a elas, a Refriango esteve nos estádios dos maiores clubes para surpreender o público com uma mensagem enigmática: “Angola numa Blue”. “Fizemos uma coisa que ninguém esperava, em grande”, salienta Estêvão à FORBES.
Na distribuição do produto em Portugal estão os donos da Angonabeiro, cujo administrador, Rui Miguel Nabeiro, salienta a sintonia de valores entre a Refriango e o Grupo Nabeiro. A inovação da Blue permitiu alargar os horizontes em Portugal, mercado que tem estado estagnado entre as marcas tradicionais, descreve.
Um trabalho sobre um gigante da indústria angolana, para ler na edição de Março da FORBES.