Depois de ter fechado as portas em 2016, por causa da crise financeira que impôs limitações nas transferências de divisas para o exterior do país, a RMS, uma das maiores empresas angolanas de venda de música, livros, gaming e tecnologia, voltou a abrir o negócio com uma aposta forte no digital.
Com mais de duas décadas de existência, a RMS ressurgiu em 2020 com a sua loja online e com uma gama variada de produtos culturais e tecnológicos, destinada a colecionadores de música, djs e profissionais do sector, leitores e amantes da tecnologia.
Luís Esteves, CEO da empresa, diz em entrevista à FORBES que o projecto de lançar uma loja online começou a ser desenhado há já algum tempo e que o surgimento da pandemia da Covid-19, que ditou restrições na circulação de pessoas, acelerou a implementação do mesmo.
Segundo o membro fundador da RMS, cerca de 5 mil dólares foram investidos neste segmento de negócio, entretanto, sem revelar os resultados já obtidos até ao momento. “Ainda não temos grandes dados estatísticos, pois iniciamos as actividades com a loja online muito recentemente. O que poço dizer é que estamos satisfeitos com os resultados, principalmente ao nível da adesão e satisfação dos clientes”, referiu.
Contrariamente ao impulso que a Covid-19 deu à abertura da loja online, a crise pandémica inviabilizou a estratégia de reabertura da estrutura física prevista para este ano. “Antes deste contexto da pandemia, tínhamos tudo para reabrir a loja física, mas não foi possível, embora tenhamos tido custos com o projecto em si e em viagens”, afirmou Luís Esteves.
O gestor diz sentir que ainda há alguma confusão e desconfiança por parte das pessoas em relação ao projecto da loja online, o que considera ser “um sentimento natural”, por conta de muitas burlas que acontecem nas vendas digitais em Angola e, também, por se tratar de um serviço recente no mercado, mas que, ganhou destaque e adesão devido às restrições de mobilidade provocadas pela pandemia.
“Muitos julgam que a loja ainda é física, mas é apenas uma questão de tempo e com o passar dos dias a adesão das pessoas vai aumentar. Neste momento de incerteza para a economia nacional e mundial, o ideal é fazermos planos de curto prazo, porque tudo muda em questão de dias”, justificou.
A paralisação da RMS em 2016, segundo o empresário, provocou prejuízos “incalculáveis”, com muitos investimentos por recuperar, como é o caso do que foi feito no ingresso ao Luanda Shopping, na zona do Gika, que lhes dá o direito de explorar uma loja por cinco anos. “Até à data, não tivemos nenhum proveito do investimento feito, e olhe que já lá vão 12 anos”, concluiu.