O ritmo de crescimento económico na perceção de confiança dos empresários cabo-verdianos voltou a crescer no terceiro trimestre deste ano, atingindo o valor mais alto desde o início da pandemia, segundo dados oficiais.
De acordo com o Indicador de Clima Económico, com dados do inquérito à conjuntura aos agentes económicos no terceiro trimestre, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano, num momento de crise provocada pela pandemia da Covid-19 e de alta de preços, com a inflação a bater recordes todos os meses, a perspetiva permanece favorável.
“O ritmo de crescimento económico continua a acelerar, com evolução positiva face ao trimestre homólogo, indicando que o clima de negócios é favorável”, lê-se no relatório, pelo que o indicador registou o valor mais alto dos últimos dez trimestres consecutivos (dois anos e seis meses).
Segundo a Lusa, este indicador, que tinha fechado o último trimestre de 2020 em quase 15 pontos negativos (o valor mais baixo em mais de cinco anos), melhorou ligeiramente ao longo de 2021, deixando de estar em terreno negativo desde o terceiro trimestre, pela primeira vez desde o início de 2020, antes da pandemia da Covid-19. Aproximou-se ainda, no período de Julho a Setembro último, do registo do primeiro trimestre de 2020.
Entretanto, o sector do comércio em estabelecimento, o indicador de confiança do INE refere que contrariou a tendência descendente dos últimos trimestres e que a conjuntura é favorável. “Os empresários assinalaram a insuficiência da procura e os preços de venda demasiado elevados como sendo os principais constrangimentos ao desenvolvimento normal da actividade das empresas comerciais”.
Já no turismo, principal sector económico do país, o indicador de confiança manteve a tendência ascendente dos últimos trimestres e apresenta conjuntura favorável. “As dificuldades financeiras e a insuficiência de procura foram os principais obstáculos ao desenvolvimento normal da actividade das empresas no terceiro trimestre de 2022”, lê-se no documento.
O sector dos transportes e serviços auxiliares também é analisado neste indicador, com o INE a concluir que no segundo trimestre do ano registou “um aumento significativo” relativamente ao trimestre anterior, apresentando uma conjuntura igualmente favorável.
O Indicador de Clima Económico conclui que a insuficiência da procura e outros factores foram os principais obstáculos às empresas do sector.