Os revendedores de combustível são-tomenses suspenderam a venda desde a noite de Terça-feira exigindo a actualização da margem de lucro que dizem estar estagnada há vários anos, mas o primeiro-ministro considerou a pressão deselegante e apelou ao diálogo.
Os pontos de venda da Empresa Nacional de Combustível e Óleo (Enco), que conta com a participação do Estado são-tomense, são os únicos que estão a vender o combustível, verificando-se longas filas.
“Assim é causar stress na cabeça de cada um, ainda com esse calor, estar desde manhã com esse sol não é tão fácil”, reclamou Sidney Varela, um dos automobilistas que estava a aguardar há quase quatro horas para comprar combustível.
“Isso está complicado, desde às sete horas [na fila], eu tenho criança para ir pegar na escola e é quase meio-dia”, disse o motoqueiro Crister Pires, após ter tentado, sem sucesso, conseguir combustível na noite anterior.
Segundo Tomé Vera Cruz, da comissão dos revendedores, a suspensão foi comunicada ao Governo, através de “várias cartas” em que alertaram o Governo para os “efeitos socioeconómicos” da suspensão “para a vida do país de forma transversal”, mas por falta de solução “não era possível não tomar essa atitude”.
“Já há um ano a esta parte que nós temos estado a insistir com o Governo porque as margens que nos são atribuídas dentro da estrutura do preço são insustentáveis para os custos que temos e para o volume de investimento que nós temos de fazer”, disse o responsável, citado pela Lusa.