A empresa pública cabo-verdiana Emprofac, responsável pela importação e distribuição de medicamentos, registou até Julho lucros de 553 mil euros, que cobrem em cerca de 120% os prejuízos de 463 mil euros obtidos em 2021, garante o Governo, em resposta às críticas do PAICV.
Numa nota de esclarecimento, o governo cabo-verdiano reafirmou o resultado negativo da Emprofac em 2021, “que resultou imparidade e perdas por inutilidades”, situação que, assegura, será acomodada no balanço da empresa.
Ao anunciar os dados, o Governo rebate às críticas do partido na oposição, o PAICV, que acusou o Executivo de “ter uma estratégia para desvalorizar a empresa para privatizá-la ao desbarato, de forma pouco transparente e entre amigos”.
O Governo defende-se e reafirma que a Emprofac “continua a ser uma empresa sólida, financeiramente estável e de grande reputação junto dos seus fornecedores e parceiros”.
No documento, segundo a Lusa, é ainda referido que, por causa da crise pandémica, empresas dos mais diversos sectores têm registado prejuízos e que a sua prioridade tem sido assegurar o abastecimento de medicamentos, essencialmente de produtos, no quadro da gestão da pandemia da Covid-19.
A empresa garante ter feito um “esforço heroico” para adquirir uma quantidade significativa de equipamentos de protecção individual (máscaras comunitárias, cirúrgicas e outros) a preço do mercado com o fim único de proteger e salvar vidas, lembrando ainda os gastos com o transporte.
Sobre a privatização, que entrou no rol de críticas do PAICV, o Executivo, liderado por Ulisses Correia e Silva, explica que a Emprofac está em agenda para ser vendida, num processo que iniciou em 2019, com a contratação da Ernst & Young, empresa internacional de consultoria especializada.
Entretanto, com o surgimento da crise, justificou, o processo preparatório foi suspenso, mas que com o controlo da doença e a normalização paulatina das actividades económicas foram retomados os trabalhos técnicos preparatórios.