Um relatório do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) revela que os empresários do país se deparam com mais desvantagens do que vantagens na solicitação do acesso ou na execução da linha de crédito do Deustche Bank (DB).
O resumo dos constrangimentos, vantagens e soluções da linha do BD surge após várias semanas desde que o chefe de Estado angolano, João Lourenço, culpou os empresários pelo insucesso da execução da linha de crédito do banco fundado na Europa.
Como constatou a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o manifesto do BDA mostra que os empresários deparam-se, no decurso da solicitação do financiamento, com 13 constrangimentos e apenas cinco vantagens da referida linha de crédito.
De acordo com a estratégia da aplicação da linha do DB, destacam-se entre as desvantagens a excessiva burocracia no processo de concessão de crédito; o custo do seguro de crédito, além da exigência de um único fornecedor e proveniência dos bens e serviços ser exclusivamente espanhola.
Às três barreiras iniciais, somam-se as desvantagens da exigência de downpayment de 15%; período de carência de 12 meses; inexistência de carência de juros; comissões cobradas “à cabeça” e o elevado valor dos spreads.
Também entre os constrangimentos na linha do DB consta que que há ainda as despesas com a consultoria; garantias reais exigidas de 100% do valor do financiamento; não contabilização a nível das garantias dos bens e equipamentos adquiridos com o valor do TDB, BDA e MINFIN; empresários com registo na Central de Informação de Risco de Crédito (CIRC), além de registos desactualizados e beneficiários do Programa Angola Investe.
As vantagens, que só são cinco, revelam que os empresários angolanos beneficiam, entre outros, da taxa de juro atractiva; crédito desindexado; pagamento directo aos fornecedores estrangeiros em divisas e valor do seguro financiado, além de prazos de maturidade adequado
Para fazer às preocupações dos empresários, o BDA entende que as soluções passam por conformar os períodos de carência aos projectos agropecuários; rever as comissões, bem como o custo do seguro da ECA que é exigido; penhor dos equipamentos financiados deve ser considerado como garantia e considerar o aval dos sócios e o património pessoal como garantia.
Ao conjunto de soluções, o governo, através do BDA, entende que o valor das garantias reais internas não deve ser superior a 50% ou 75% do valor do financiamento e o downpayment deve ser pago pelo BDA, além de negociar com DB a redução do downpayment para 10%.
“A avaliação do promotor não pode cingir-se às questões financeiras, mas deve igualmente focar aspectos como a capacidade de organização do empreendedor, postos de trabalho gerados, impostos pagos, etc”, escreve o banco vocacionado ao crédito para o desenvolvimento.