O mais recente Relatório de Integridade Global 2022 da consultora EY Angola, que contou com uma amostra de 195 entrevistados, entre Junho e Setembro de 2021, entre os quais profissionais de diferentes posições hierárquicas dos mais variados sectores, revela que 47% dos inquiridos nas organizações africanas considera que a pandemia tornou mais difícil conduzir os negócios com integridade.
O documento avança ainda que existem mais empresas a valorizar a sua reputação, a integridade corporativa e a retenção de colaboradores. “O aumento do trabalho remoto intensificou igualmente os riscos e os controlos para responder à nova realidade”, lê-se no documento.
Os resultados mostram condutas menos próprias, mas também um aumento da consciência sobre éctica e valores – 97% dos inquiridos acha importante demonstrar que a sua organização opera com integridade e 72% considera importante um código de conduta sobre como os funcionários se devem comportar nos negócios.
Por sua vez, 53% acredita que a declaração sobre valores e visão da organização pode inspirar a conduta das pessoas, ao passo que 59% acha que os padrões de integridade melhoraram na sua organização nos 18 meses anteriores à realização dos inquéritos. Contudo, 35% considera que o comportamento antiéctico é frequentemente tolerado quando as pessoas envolvidas ocupam altos cargos.
O relatório aponta, por outro lado, que 61% dos funcionários das organizações africanas acredita poder relatar irregularidades no trabalho, sem medo de consequências negativas, mas 49% diz que não o faz por achar que as suas preocupações não seriam atendidas. Já 47% afirma que ao denunciar situações de má conduta foi pressionado para não o fazer formalmente.
Segundo o estudo, 49% dos entrevistados relata que nos 18 meses anteriores ouviu a administração da sua organização falar sobre a importância de se comportar com integridade, e 85% afirma que a sua organização tomou medidas contra funcionários por violarem normas ou regulamentos de integridade.
O inquérito revela também que 57% concorda com a necessidade de haver formação regular sobre requisitos legais e 72% está crente na formação como forma de se proteger contra violações de segurança de dados; 46% avalia positivamente a formação sobre regulamentos de privacidade de dados, como o Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados, mas apenas 25% está informado sobre procedimentos para trabalhar remotamente.
Apesar da consciência sobre a necessidade de alterar comportamentos, ao comparar os resultados deste relatório com o estudo de 2020, conclui-se que existe uma tendência para actuar à margem da integridade corporativa, com o objectivo de obter proveitos próprios – 9% da amostra admite ser capaz de ignorar condutas antiéticas na sua equipa e 8% diz-se capaz de aceitar ou oferecer subornos e acções que garantam melhorias de progressão na carreira ou pacotes de remuneração mais atractivos.




