As receitas do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) subiram, em 2023, para 2,32 mil milhões de dólares, contra 1,03 mil milhões em Dezembro de 2022, anunciou esta Terça-feira a instituição financeira.
De acordo com o relatório enviado à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o aumento resulta da intensificação das actividades de empréstimo e retornos favoráveis sobre tesouraria e outros investimentos.
Embora este facto tenha sido largamente compensado por despesas de captação mais elevadas, o banco obteve um resultado líquido muito forte de 544,79 milhões de dólares, quase o dobro dos 318,44 milhões de dólares em 2022.
Entretanto, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, reconhece que face a uma inflação teimosamente elevada, à dívida pública e às vulnerabilidades financeiras associadas, os países africanos equilibraram os esforços para estimular o crescimento e as medidas para conter o impacto do aumento do custo de vida nos seus cidadãos.
“As nossas nações, as nossas economias e os nossos povos continuam a dar provas de uma firmeza notável”, afirmou, no prefácio do relatório.
Na sequência, acrescentou ainda que apesar do abrandamento económico global, 15 países registaram uma expansão do produto superior a 5% e África manteve a sua posição como a economia de crescimento mais rápido depois da Ásia, com um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) próximo da média global de 3,2%.
O relatório anual mostra que as aprovações do banco no ano passado (10,77 mil milhões de dólares) foram 30% superiores às de 2022 (8,2 mil milhões de dólares) e próximas das aprovações mais elevadas da história da instituição.
No entanto, o BAD sustenta igualmente que o apoio financeiro crítico resultou numa maior resiliência e recuperação, apesar dos efeitos desafiantes dos conflitos regionais, dos choques económicos, das alterações climáticas e das sequelas da pandemia da Covid-19.
Banco regista forte crescimento e mantém marcadores de género
Em 2023, um recorde de 100% das operações soberanas foram categorizadas utilizando o sistema de marcadores de género, das quais 58% contribuíram diretamente para o acesso das mulheres a serviços e competências sociais.
O sistema de marcadores de género procura diferenciar as operações para se concentrar naquelas que têm um maior impacto na redução das desigualdades de género.
Também em 2023, as aprovações para o financiamento climático registaram um aumento substancial em relação a 2022, atingindo 5,8 mil milhões de dólares, o que representa 55% do total de aprovações.