Pensa em inglês, mas fala um português perfeito, com o curioso sotaque que mistura o calor sul-africano com o sabor da Madeira. Em 40 anos, Dionísio Pestana passou de dono de um hotel praticamente arruinado no Funchal a líder de um grupo que factura quase 1 milhão de euros por dia.
Foi jogador de râguebi na África do Sul e ainda hoje assiste aos jogos da selecção sul-africana sempre que pode. No entanto, quando se fala de futebol, torce por Portugal, garante. Dionísio, de 64 anos, é um fã de desporto. Todos os dias tenta correr cerca de 6 quilómetros, e até em viagem leva as sapatilhas para fazer o seu jogging.
Mesmo quando as coisas não correram de feição, o líder do grupo Pestana nunca se deixou desmoralizar. “Aprende-se sempre quando se perde”, diz.
Para Dionísio, um hotel tem de ser rentável num prazo médio de 10 anos. Caso os cálculos mostrem outro resultado, procura outra solução. Por essa razão, o empresário revela à FORBES que não se sente frustrado quando demora mais tempo do que gostaria a conseguir entrar em alguma geografia ou a abrir um novo projecto. Foi isso que sucedeu com Madrid, que depois de alguns anos a aguardar por uma oportunidade, irá abrir a primeira unidade em 2017 sob a nova marca Pestana CR7, que conta com a parceria de Cristiano Ronaldo.
O cuidado com a gestão do dinheiro é algo bem visível no dia-a-dia do empresário. “Um dia almoçámos numa tasquinha, perto do Pestana Palace, onde pagámos 9 euros por pessoa”, conta divertido José Roquette, que trabalha no grupo pestana há cerca de 20 anos. “Saímos a comentar como tinha sido tão barato para a óptima qualidade da refeição, quando reparámos que na porta estava um placard a anunciar que a ementa do dia era a 7,5 euros. E claro que ele me disse que podíamos ter poupado 1,5 euros”, recorda à FORBES o responsável pela área de Desenvolvimento do grupo.