As organizações das mulheres partidárias e da sociedade civil são-tomense apresentaram recentemente o projecto de lei da paridade que prevê 40% de mulheres nas listas eleitorais para o parlamento e nos cargos do Governo.
O referido projecto de lei prevê que o não cumprimento do mínimo de 40% de representação do género feminino nas listas, “implicará a rejeição das listas de candidatura ou a não tomada de posse do Governo pelo Presidente da República”.
Na sessão de debate e reflexão que se seguiu à apresentação do projecto de lei da paridade, várias mulheres apresentaram os constrangimentos que consideram como impedimentos para a sua entrada na vida política.
“Exortamos o senhor presidente da Assembleia Nacional [Delfim Neves], defensor da igualdade de género – e já o demonstrou publicamente em várias ocasiões – a dar todo o seu apoio e disponibilidade para que possamos vir a chegar a um bom porto com esta nossa iniciativa. O apelo é extensivo aos partidos políticos, a todos os órgãos de soberania, a sociedade civil que nos acompanha desde o início desta caminhada, para que possamos dar mais um paço em frente neste processo”, apelou Cristina Dias, presidente da Rede das Mulheres Parlamentares.
A coordenadora das Nações Unidas, Katarzyna Wawiernia, realçou no acto que “São Tomé e Príncipe é um exemplo de paz e de estabilidade”, mas, sublinhou que para que o país seja realmente um exemplo de democracia “falta ainda vencer a batalha de mais mulheres no espaço político e no espaço público”.
“Mais mulheres na política não é só uma questão de justiça demográfica. As estatísticas têm provado que mais mulheres contribuem para melhor desenvolvimento, por isso deve ser entendida como um fortalecimento da própria democracia”, sustentou a represente da ONU.
*Com Lusa