O primeiro projecto de gás não associado em Angola poderá arrancar a produção no início de 2026, fruto de um investimento na ordem dos 2,2 mil milhões de dólares.
Para tal, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Anpg (ANPG), Concessionária Nacional, a Azule Energy, na qualidade de operadora, a Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC), a Sonangol P&P e a TotalEnergies, procederam na última Quarta-feira, 04, no município do Soyo, província do Zaire, a cerimónia de lançamento da primeira pedra da construção das instalações que vão albergar as operações do Projecto Novo Consórcio de Gás (NGC).
“A concretização do projecto vai permitir o fornecimento contínuo de gás à Angola LNG e, consequentemente, ao ciclo combinado do Soyo. No que diz respeito ao conteúdo local, mil milhões de dólares dos custos do projecto serão investidos em Angola, através da contratação de serviços”, lê-se num comunicado a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, citado no documento, adiantou que a fábrica de processamento de gás em terra do Novo Consórcio de Gás atingirá uma produção diária de 350 milhões de pés cúbicos padrão de gás, que serão enviados para o Angola LNG, assegurando o seu funcionamento continuo e do ciclo combinado do Soyo.
Diamantino Azevedo afirmou que este quadro ilustra bem o potencial de recursos naturais de que o país dispõe e o papel da indústria extractiva como alavanca de desenvolvimento de outras, como por exemplo a Indústria petroquímica e de fertilizantes.
“O sector de Oil & Gas torna-se cada vez mais robusto com as políticas gizadas e estratégias definidas pelo Executivo angolano, entre elas a aposta em refinarias e nos grandes projectos a nível do gás”, disse.
Por sua vez, o presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, sublinhou que na indústria extractiva, considerada um mercado de capital intensivo, a paciência e a confiança de todas as partes intervenientes são cruciais para o alcance das metas.
“A aposta no projecto do NGC encontra acolhimento no Decreto Presidencial n.º 7/18, de 12 de Maio, que estabelece o regime jurídico fiscal para exploração, produção e venda de gás natural em Angola; e no Decreto-Lei 10/21, de 22 de Abril, que estabelece os princípios e bases gerais de benefícios, incentivos fiscais consoante a zona ou província de implantação do projecto, os deveres e as garantias dos investidores”, lembrou paulino Jerónimo.
Já o CEO da Azule Energy, Adriano Mongini, disse ser “um grande orgulho” para a empresa que lidera dar este passo para a concretização do projecto, “que demonstra o forte compromisso em reforçar o papel de Angola como produtor global de gás, e a ambição de assumirmos uma parceria com o país rumo à diversificação da matriz energética”.